segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Conexões cerebrais-Capacidade criativa



 Disseminando conhecimentos - Exercícios de tradução


De Tereza Pultarova, colaboradora da Live Science | 15 de janeiro de 2018

Ser criativo é fazer conexões - pelo menos para o seu cérebro.
Em um novo estudo, cientistas descobriram que os cérebros de pessoas altamente criativas possuem mais conexões entre três regiões específicas, quando comparados aos cérebros dos menos criativos. Além disso, cérebros mais criativos foram mais eficientes em ativar essas regiões de forma coordenada, em comparação com outros cérebros.
As três regiões cerebrais são bem conhecidas pelos cientistas, disse o autor principal do estudo, Roger Beaty, pós-doutorado e estudante de neurociência cognitiva na Universidade de Harvard. E incluem a rede padrão, que está envolvida no pensamento espontâneo e na imaginação; a rede saliente, que captura informações importantes do meio ambiente; e a rede de controle executivo, que está envolvida em funções de controle cognitivo e avaliação. [10 coisas que você não sabia sobre o cérebro]
E, embora a rede padrão pareça ser a principal fonte de criatividade, as pessoas precisam das redes saliente e de controle executivo, que atuam como uma espécie de crítico interno, julgando se as idéias são boas ou úteis para uma determinada tarefa, informou Beaty.
"Você tem esses três sistemas distintos que estão localizados em diferentes partes do cérebro, mas todos são co-ativados ao mesmo tempo", segundo Beaty. "As pessoas com melhor capacidade de co-ativá-las são as que apresentam as reações mais criativas".
Para medir a criatividade e as conexões cerebrais, os pesquisadores escanearam os cérebros de cerca de 160 participantes usando ressonância magnética funcional (fMRI), uma ferramenta que monitora a atividade cerebral medindo mudanças no fluxo sanguíneo em várias áreas do cérebro. Com as cabeças dentro do scanner, os participantes foram convidados a realizar uma tarefa de pensamento criativo chamada pensamento divergente. Isso envolvia inventar formas criativas para usar objetos comuns, como uma faca, um copo ou um tijolo.
"Apenas pensar em maneiras novas e incomuns de usar tais objetos, mostrou ser uma forma válida de medir o pensamento criativo", disse Beaty.
Os pesquisadores descobriram que a realização da tarefa de pensamento divergente ativou, simultaneamente, as três redes no cérebro. E quanto maior a interconexão e sincronização dessas três redes, melhor era o desempenho na citada tarefa. Em outras palavras, quanto mais conectado e sincronizado é o cérebro, melhor é a sua criatividade.
Depois de estabelecer o que distingue os cérebros das pessoas criativas daqueles menos criativos, os pesquisadores queriam ver se poderiam reverter o processo e usar a atividade do cérebro como previsor do desempenho criativo.
"Nós tínhamos conjuntos de dados de estudos publicados anteriormente, nos quais pessoas executavam tarefas similares de pensamento criativo , e queríamos ver se alguém com conectividade fraca [nessas redes] teria idéias menos criativas do que alguém com conectividade mais forte ", revelou Beaty. "E foi o que encontramos em três conjuntos de dados".
Os pesquisadores estão agora planejando procurar padrões semelhantes de atividade cerebral em áreas específicas de criatividade, como a escrita ou a música, disse Beaty. Além disso, os cientistas querem descobrir se a atividade do cérebro pode, de fato, mudar à medida que as pessoas se tornem mais proficientes em certas habilidades, disse ele.
O estudo foi publicado hoje (Jan. 15) no jornal Procedimentos da Academia Nacional de Ciências.
Originalmente publicado em Live Science.



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