quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Ferdinand de Saussure: a unidade linguística – Explicando Signo, Significado e Significante

 


Ferdinand de Saussure: a unidade linguística – Explicando Signo, Significado e Significante

Lesley Lanir

Devido às suas teorias sobre a estrutura da linguagem, o suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) é considerado o fundador da linguística moderna.

Para compreender as teorias linguísticas de Saussure, é necessário compreender suas explicações sobre os fundamentos da terminologia psicolinguística e da natureza das unidades de linguagem.

Entender os conceitos básicos dessa teoria linguística não é apenas essencial aos estudantes da área, mas também para todos que estudem semiótica, ou o uso de vários tipos de signos usados na comunicação. A semiótica também é um elemento básico nos estudos da teoria do cinema.

No Curso de Linguística Geral de Saussure, obra que resume suas palestras na Universidade de Genebra entre 1906 e 1911, ele explica a relação entre a fala e a evolução da linguagem, analisando essa última como um sistema estruturado de signos.

É importante notar que Saussure percebe a unidade linguística como uma 'entidade dupla'. Ou seja, a considera como composta por dois elementos. O linguista suíço entende a unidade linguística como uma combinação de:

1. Uma imagem sonora

2. Um conceito ou significado

Porém, do ponto de vista de Saussure, os conceitos de significante (imagem sonora) e significado (conceito), por exemplo, não são duas entidades diferentes; são duas maneiras diferentes de olhar e descrever a linguagem. Significante e significado são inseparavelmente um. Com essa teoria, ele rejeita a tradição ocidental que trata a linguagem como uma entidade ou um instrumento. Para ele, a linguagem é ação criativa, não uma coisa.

  1. Unidades linguísticas e Som - as imagens são impressões mentais

O primeiro ponto a entender é que ao mencionar 'unidades linguísticas', 'imagens sonoras' e 'conceitos', Saussure se refere aos processos mentais que criam essas entidades. Não estava se referindo a palavras faladas ou escritas, mas às impressões mentais feitas em nossos sentidos por uma certa 'coisa'. É nossa percepção, ou como vemos essa 'coisa', junto com o sistema de som de nossa linguagem, que cria a unidade linguística mental de duas partes que ele chamou de 'signo'.

Vejamos, por exemplo, o conceito de 'Google'. O significante ('Google') e o significado (“um motor de busca na internet”) são inseparavelmente um. Não podemos ter um sem o outro. A imagem sonora, ou impressão em nossas mentes, é do logotipo que representa o Google e, por meio de nosso sistema de linguagem, sabemos como essa imagem soa mentalmente. Sabemos que o conceito ou significado associado a essa 'impressão sonora' é que o 'Google' é um grande mecanismo de busca na Internet. As conexões entre os dois elementos são feitas mentalmente sem pronunciar ou escrever a palavra 'Google', e as duas 'partes' formadas são unidas e, desse forma, juntas, são uma unidade linguística mental. Saussure chama essa unidade linguística dual de 'signo'.

  1. Compreendendo os termos Sinal, Significante e Significado

A parte que Saussure chama de 'imagem sonora' (o 'sinal linguístico' mental dado à 'coisa') ele denominou de 'significante' - este é o som que o logotipo do Google cria em nossas mentes. O significante conecta 'Google' ao mundo físico (de sons).

A parte do signo que Saussure chama de 'conceito' ou 'impressão mental' (associação da 'coisa') ele nomeou de 'significado'. O significado conecta “mecanismo de busca” ao mundo mental. A ideia do que é o significante 'Google' torna-se significada.

Quando alguém diz “Google”, não é um evento puramente físico, nem um evento puramente mental - é outra coisa que chamamos de linguagem, ou mundo semiótico.

Segundo Saussure, a conexão entre todos os 'significantes' que são 'imagens sonoras' ou 'signos linguísticos' e o que eles estão significando - seu objeto ou conceito significado - é arbitrária. Em outras palavras, não há, necessariamente, qualquer conexão lógica entre os dois. Novamente, a palavra 'Google' exemplifica bem isso.

Não há nada na palavra 'Google' que sugira se tratar de um meio digital de busca de informações na Internet. É uma palavra aleatoriamente inventada. Com a chegada da Internet, nos últimos anos do Yahoo! um nome ou 'imagem sonora' / 'sinal linguístico' teve que ser criado para descrever um novo mecanismo de busca. No entanto, agora, quando vemos a 'unidade linguística' 'Google' (o 'sinal'), você a conecta automaticamente à sua imagem sonora, o significante 'Google' - um 'sinal linguístico' que significa um 'grande motor de pesquisa na Internet.' O significante ('Google') e o significado (“um motor de busca na internet”) são inseparavelmente um. Não podemos ter um sem o outro. E se tivéssemos um sem o outro, não seria mais a linguagem.

Fontes:

Ferdinand de Saussure. Course in General Linguistics. 1959. The Philosophical Library, New York City.

Adaptado de um artigo publicado pela primeira vez na Decoded Science: Data de publicação: 27 de novembro de 2012. Editado com base nos comentários de William Carrasco.

https://medium.com/@llanirfreelance/ferdinand-de-saussure-the-linguistic-unit-sign-signified-and-signifier-explained-a7e361b5a2f3

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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

A tradução em culturas de alto e baixo contexto


A tradução é afetada por culturas de alto e baixo contexto

por Sharon Wilson


Blogueira da Aussie Translations, Sharon Wilson se especializou em escrever posts para blogs; trabalhou com empreendedores, executivos, especialistas do setor e diversos profissionais na escrita e publicação para blogs, artigos de jornais, conteúdo SEO para web de SEO e tantos outros.


Existem dois tipos de culturas quando se trata de linguagem. Uma é a cultura de alto contexto, caracterizada por quanto da comunicação em uma sociedade ocorre usando pistas específicas do contexto que não são necessariamente a palavra falada. Isso inclui o tom de voz e a linguagem corporal.

A outra cultura é a chamada cultura de baixo contexto, em que a comunicação ocorre por meio da linguagem com regras linguísticas muito específicas.

Os profissionais da tradução precisam estar cientes do papel da cultura para que, ao decodificarem um idioma, essa especificidade na cultura dos falantes seja levada em consideração.

Grande parte do Oriente Médio, África, Ásia e América do Sul é considerada como sendo composta por países de cultura de alto contexto. Nesses países em particular, o idioma não é necessariamente específico e pode ser de natureza bem rebuscada. Uma história contada por um líder empresarial japonês ao seu homólogo, que era americano, reclamou que, “Quando pronunciamos 1 palavra, entendemos 10, mas vocês precisam dizer 10 para que 1 seja entendida.”

Nas culturas de baixo contexto, como na Europa Ocidental e na América do Norte, valoriza-se ir direto ao ponto, onde palavras precisas, com significados precisos são usadas.

Quando apresentado a uma atividade para tradução, é importante saber o papel da cultura na tradução e se os falantes da língua têm baixo ou alto contexto, a fim de garantir que a ênfase correta seja criada nesse trabalho.

Normalmente, as traduções entre culturas envolvem muito mais do que traduzir palavras individuais. Essas são as restrições à tradução automática, mas não se aplicam aos tradutores humanos.

Um dos efeitos mais importantes do contexto cultural na escrita é: Quantos detalhes são necessários para transmitir um determinado ponto. Aqueles que escrevem em uma cultura de alto contexto já presumem que todos entendem os significados e os contextos, portanto, quaisquer detalhes que alguém de fora possa necessitar para obter uma compreensão do fundamento de um argumento, não são incluídos. Em uma cultura de baixo contexto normalmente assume-se que todos interpretam a escrita literalmente, e assim, tendem a dizer exatamente o que querem dizer, sem levar em consideração a variação cultural.

Em caso de dúvida sobre o papel da cultura na tradução, faça pesquisas sobre a cultura que receberá o documento traduzido.


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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Astrônomos descobrem planeta do tamanho da Terra vagando pela galáxia

 


Por Ryan Whitman

São conhecidos mais de 4.000 exoplanetas orbitando outras estrelas, entretanto, quando se trata de planetas errantes (sem uma estrela para chamar de lar), os astrônomos conhecem apenas uns poucos. Um estudo bem recente revela ter descoberto um desses raros corpos celestes, e, ao que tudo indica, do tamanho da nossa Terra. Se confirmado, o planeta conhecido como OGLE-2016-BLG-1928, pode ser o grande marco em nossos esforços para descobrir tais mundos errantes.

Embora os cientistas afirmem que tais planetas sejam bem comuns no universo, não é tarefa fácil localizá-los. Não dispomos de tecnologia para obter imagens diretas dos exoplanetas, sendo necessário estudar as órbitas das estrelas para detectá-los. O extinto telescópio espacial Kepler detectou mais de 2.500 exoplanetas, e esse número continua a aumentar à medida que os cientistas analisam seus dados. O Kepler utilizava o chamado método de trânsito, que consiste em observar as estrelas em busca de diminuição do brilho conforme um planeta passa na frente delas. Os cientistas também usaram medições de velocidade radial de estrelas para procurar pequenas oscilações causadas pela massa dos planetas.

Sem uma estrela hospedeira, localizar planetas fica muito mais difícil. O projeto Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE) encontrou o potencial planeta invasor usando micro lente gravitacional, bem semelhante ao método de trânsito. Esta abordagem monitora a luz de uma estrela distante na esperança de que um objeto massivo, como um planeta, passe na frente dela. Embora a estrela e o planeta possam estar a muitos anos-luz de distância, o planeta curva ou "turva" a luz da estrela de nossa perspectiva na Terra. Isso pode revelar a massa e o tamanho do objeto em primeiro plano, mas apenas se você estiver olhando no lugar certo e na hora certa.

Andrzej Udalski, do projeto OGLE, observa que você poderia assistir a uma única estrela por um milhão de anos e apenas ver um único evento de lente. Felizmente, Udalski e sua equipe não tiveram que olhar estrela por estrela. Eles usaram o Observatório Las Campanas no Chile, que rastreia milhões de estrelas na direção do centro galáctico diariamente. Ao analisar esses dados, a equipe OGLE identificou um evento de lentes denominado OGLE-2016-BLG-1928. Com apenas 42 minutos de duração, é a menor detecção já registrada. Isso sugere que o planeta, se realmente for isso, teria um tamanho entre o da Terra e o de Marte.

A equipe acredita que este objeto é um planeta invasor porque não há estrelas conhecidas às quais ele possa ser conectado. Os dados também não mostraram nenhuma fonte de luz dentro de oito unidades astronômicas do evento de lente. Outros pesquisadores precisarão confirmar se este objeto é um planeta antes de entrar nos livros de história, mas se as teorias atuais estiverem certas, existem incontáveis ​​milhões de objetos semelhantes esperando para serem descobertos.

Fonte: https://medium.com/extremetech-access/astronomers-spot-earth-sized-rogue-planet-wandering-the-galaxy-c72b40244f0c

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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Coffee - 21 FATOS CURIOSOS SOBRE ESSE NOSSO AMIGO DE CADA DIA

 



21 fatos surpreendentes sobre o café que irão animar a sua tarde (ou dia, ou noite; no trabalho, ou relaxando, enfim...)

Bebendo três xícaras por dia você viverá mais.

Texto em inglês porAMANDA HAWKINS  E CAROLINE PICARD

Você se serve e nem pensa (ou, o mais provável é que isso ajude a começar a pensar), mas há uma história fascinante por trás de sua xícara de café matinal. Aqui está o que entra em cada xícara de grãos - ops...sementes.


1. A bebida data de 800 DC

Conta a lenda que os pastores de cabras do século IX perceberam o efeito da cafeína em suas cabras, que pareciam "dançar" depois de comer o fruto da planta Coffea. Um monge local, então, preparou uma bebida com o produto; e descobriu que aquilo o mantinha acordado à noite, nascendo, daí, a primeira xícara de café.


2. Os grãos de café são, tecnicamente, sementes.

São os caroços das bagas semelhantes às cerejas encontradas nos arbustos em flor, mas nós os chamamos de "grãos" por causa da semelhança com certas leguminosas (feijão, ervilha, etc).


3. E você pode se alimentar das cerejas do café.

No início, as pessoas misturavam os caroços de café com gordura para criar uma bola de lanche rica em energia, de acordo com a PBS. Também fermentavam a polpa para fazer uma bebida semelhante ao vinho (yum !?).

4. Existem dois tipos principais: Arábica e Robusta.

Os produtores cultivam predominantemente a espécie Arábica. Embora menos popular, a Robusta tem um sabor ligeiramente mais amargo e contém mais cafeína.


5. O Brasil é o país que mais cultiva café no mundo.

Hoje, o Brasil produz cerca de um terço do abastecimento mundial, segundo a Organização Internacional do  Café, cerca de duas vezes mais que o segundo colocado, o Vietnã.


6. Apenas dois estados dos EUA produzem café.

O café Kona é o presente dos Estados Unidos para o mundo do café. Como o café tradicionalmente cresce melhor em climas ao longo do equador, o Havaí é o local, em solo americano, ideal para a colheita dos grãos. A Califórnia  também entrou recentemente no negócio do café, com dezenas de fazendas produzindo as caras sacas premium.


7. Espresso significa "espremido", em italiano.

Refere-se à forma como o expresso é feito - forçando a água fervente através do pó de café prensado. E embora o expresso tenha mais cafeína por volume do que o café, seriam necessárias três doses para igualar a quantidade de uma xícara normal da bebida.


8. O café mais caro do mundo pode custar mais de U$D 600 o quilo.

Uma das variedades mais cobiçadas vem das fezes de uma civeta asiática. A criatura mamífera, parecida com um gato, come as frutas, incluindo cerejas de café, mas não consegue digerir os grãos. As sementes excretadas produzem uma bebida suave e menos ácida chamada kopi luwak, mas tal meio de produção têm atraído críticas de ativistas do bem-estar animal.

9. Foram inúmeras as tentativas de proibir o café.

Em 1511, os líderes em Meca acreditavam que a bebida estimulava o pensamento radical e  proibiram o consumo. Alguns clérigos italianos do século 16 também tentaram proibir o café porque acreditavam que era "satânico". No entanto, o papa Clemente VII amava tanto o café que suspendeu a proibição e batizou o café em 1600.

Ainda no século 18, o governo sueco tornou ilegais tanto o café quanto os apetrechos para o preparo (incluindo xícaras e pratos) por seus supostos vínculos com sentimentos de rebeldia.

10. Você pode ter uma overdose de café.

Não se preocupe, você precisaria beber cerca de 30 xícaras em um período muito curto para chegar perto de uma dose letal de cafeína, segundo relata a Vox.


11. A Finlândia é o lar dos maiores amantes do café.

O finlandês adulto consome, em média, 27,5 libras de café a cada ano, de acordo com a Organização Internacional do Café. Compare isso com míseras 11 libras por americano adulto.


12. Os bebedores de café tendem a viver mais.

A pesquisa relaciona o consumo moderado (cerca de três a quatro xícaras por dia) com uma vida útil mais longa, além de um risco reduzido de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e Parkinson, de acordo com a Harvard Health Publishing.


13. A maior xícara de café atingiu cerca de 9 pés de altura.

Uma porção de 3.487 galões conquistou Recorde Mundial do Guiness em 2012.


14. O Boston Tea Party ajudou a popularizar o café na América.

Na preparação para a Guerra Revolucionária, tornou-se patriótico bebericar java em vez de chá, revela a PBS . A Guerra Civil também difundiu ainda mais a bebida, visto que ajudava a energizar as tropas cansadas.


15. Descafeinado não significa sem cafeína.

Uma xícara de 240 ml do descafeinado contém de 2 a 12 miligramas de cafeína, afirma a Mayo Clinic. Em comparação, uma xícara regular de café fornece entre 95 a 200 miligramas, enquanto uma lata de cola tem de 23 a 35 miligramas de cafeína.


16. A palavra "café" vem da palavra árabe para "vinho".

Posteriormente, Qahwah tornou-se  kahveh em turco, e depois koffie  em holandês, que é de onde vem a palavra em inglês para café.


17. A Starbucks abre em média duas lojas por dia.

Agora você pode pedir lattés grandes em mais de 29.000 locais em todo o mundo, 47 anos após o lançamento da primeira loja em Seattle.


18. Uma xícara de café preto contém apenas uma caloria.

Adicionar adoçantes, natas e outros mix-ins pode aumentar rapidamente esse total. Um venti Java Chip Frappuccino da Starbucks contém 88 gramas de açúcar e 600 calorias - mais do que um Big Mac do McDonald's!


19. Teddy Roosevelt supostamente cunhou o slogan de Maxwell House.

O 26º presidente do país amava tanto o café que um de seus filhos descreveu sua xícara personalizada como "mais parecida com uma banheira", de acordo com Smithsonian.com. Em uma visita, em 1907, à antiga propriedade de Andrew Jackson, o comandante-chefe supostamente apelidou uma xícara da Maxwell House Joe de "boa até a última gota", uma frase de efeito ainda usada hoje.


20. Você pode pedir café de 25.000 maneiras diferentes no Dunkin '.

A recém-renomeada rede de donuts fez tal cálculo com suas bebidas java personalizáveis. Ela vende 2 bilhões de xícaras por ano no mundo, o suficiente para que os clientes escolham cada opção 80.000 vezes.


21. Entre os motivos podem estar o embelezamento de sua pele.

Guarde os grãos que sobraram para uma esfoliação DIY. "Os grãos de café são esfoliantes físicos que podem retirar as células mortas da pele, tornando-a macia e mais brilhante", relata a química do Good Housekeeping Beauty Lab ,Danusia Wnek. "E acredita-se que a cafeína melhora a circulação sanguínea na pele, mas ainda não há dados clínicos suficientes sobre seu uso em produtos tópicos."

Fonte:

https://www.goodhousekeeping.com/health/diet-nutrition/a30303/facts-about-coffee/#


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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Tradução e Contexto

                       Linguagem é cultura: Não existe tradução sem o devido contexto

A tradução é uma atividade extremamente complexa que requer habilidades que vão muito além da capacidade de falar mais de um idioma. Todas as traduções são, por natureza, interculturais, e é por isso que conhecer bem o contexto em torno de uma tradução é crucial para que o significado seja totalmente transmitido em um idioma diferente. Mas o que realmente significa contexto e cultura?

                                             Contexto e Cultura

Você costuma ouvir tradutores dizerem que precisam de mais contexto para que um trabalho seja feito. Tradutores não são dicionários. Os significados estão ligados à situação específica em que foram declarados, e essas situações são afetadas pelo contexto cultural de um escritor. A cultura molda a nossa percepção da realidade e age como um filtro através do qual vemos o mundo. Os esquemas que usamos para interpretar as informações evoluem da visão da realidade que a sociedade impõe ao seus membros. (Alptekin, 1993). A cultura está relacionada à linguagem e à comunicação, pois traz nossa compreensão do mundo, códigos e símbolos para a troca comunicativa (Ramirez, 2018).

Os tradutores são especialistas em idiomas, mas também precisam ter competência intercultural para traduzir palavras e contexto. Existem diferentes tipos de contextos envolvidos que precisam ser levados em consideração o tempo todo:

      1. Contexto situacional

O contexto situacional, também chamado de contexto extra-linguístico, é o que geralmente pensamos ao ouvirmos a palavra "contexto" em um sentido mais amplo. Refere-se aos fatores e circunstâncias do ambiente do mundo real que estão afetando o significado, além do contexto informacional. Essas circunstâncias de uso da linguagem são as que dificultam a implementação da tradução automática: é difícil substituir os seres humanos e sua capacidade de viver através de trocas comunicativas na vida real, porque o contexto situacional envolve as razões pelas quais algo ocorre, bem como as reações apropriadas à situação.

      1. Contexto linguístico

Contexto linguístico refere-se às relações e conexões entre as palavras em um texto específico. Envolve entendimento sem a interferência de suposições e intenções que fazem parte do contexto situacional. É o contexto linguístico que permite coisas como colocações, definidas pelo Oxford Dictionary como "a justaposição habitual de uma palavra específica com outra palavra ou palavras com uma frequência maior que o acaso". Sabemos o que esperar de um idioma quando sabemos como falar nesse idioma. É importante ter em mente que os textos não podem ser decodificados sem o conhecimento dos contextos linguístico e situacional, pois tais contextos sempre trabalham juntos.

                                             Fornecendo contexto

O que devemos fazer quando um tradutor pede contexto? Primeiro, descubra se o texto pertence a um corpo maior de trabalho. O conteúdo para tradução geralmente é extraído de um site ou existe como parte de uma coleção de manuais, guias, apresentações em PowerPoint, etc. Outros textos relacionados ao conteúdo traduzível certamente ajudarão os linguistas a decidirem sobre um termo específico ou o significado de uma frase.

Quando os textos são processados para tradução através do software de tradução, as frases e sentenças são transformadas em segmentos ou sequências de caracteres. Muitas vezes, elas podem estar fora de ordem ou fazer menos sentido quando despojadas de sua localização ou função na página, deixando os tradutores imaginando se aquilo é apenas uma head-line? Para resolver esse problema, pode ser fornecido acesso às capturas de tela do conteúdo original, formatado e publicado.

Algumas ferramentas CAT permitem que os gerentes e clientes do projeto adicionem o que é conhecido na indústria como “material de referência”. Este material pode incluir links, capturas de tela e vídeos e oferecer aos tradutores o contexto necessário. Oferecer material de referência não significa que os tradutores não precisarão de mais esclarecimentos, mas você descobrirá que bons tradutores podem responder a um grande número de perguntas quando supridos com material de referência, antecipando suas necessidades de contexto.

                                              Não há texto sem um contexto

A linguagem é intrinsecamente humana, e os seres humanos vivem nas sociedades. Não há linguagem sem cultura e, portanto, não há texto sem contexto. Se você está buscando uma tradução de qualidade, precisa levar isso em conta e tentar atender as necessidades do tradutor. Eles estão pedindo contexto por alguma razão!

  1. (Alptekin, 1993). Cultura do idioma alvo em materiais de EFL. Jornal ELT: Revista de Ensino da Língua Inglesa, 47 (2), 136. Recuperado em http://ezproxy.aut.ac.nz/login?url=http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=edb&AN=55933634&site=eds-live

  2. Ramirez, ES (2018). Revisão Bibliográfica A dimensão intercultural. Em A dimensão intercultural nas salas de aula de idiomas em Aotearoa Nova Zelândia: Um estudo comparativo.

Source: https://on-global.com/language-culture-no-translations-without-context/

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