segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Alzheimer - Quais as novidades nos tratamentos? (por Clínica Mayo)



Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

Equipe médica da Clínica Mayo


Apesar dos muitos estudos promissores, novos tratamentos demoram a surgir.

Os atuais tratamentos contra esse mal melhoram temporariamente os sintomas de perda de memória, e problemas de raciocínio lógico.
Tais tratamentos aumentam o desempenho de compostos químicos com a função de transportar informações entre as células cerebrais. No entanto, não impedem o declínio subjacente e a morte dessas células. À medida que mais células morrem, a doença de Alzheimer se agrava.
Os especialistas são cautelosos sobre o desenvolvimento de tratamentos no combate ao Alzheimer, que possam parar ou retardar significativamente a doença. Uma compreensão crescente de como ela afeta o cérebro levou a possíveis tratamentos que curto-circuitam os processos básicos dessa doença.
Futuros tratamentos para o Alzheimer poderão incluir uma combinação de medicamentos, como os usados contra muitos tipos de câncer ou HIV / AIDS, onde são incluídos mais do que um único composto.


As seguintes opções de tratamento estão entre as estratégias atualmente em estudo.

Ataque às placas
Alguns dos novos tratamentos de combate ao Alzheimer em desenvolvimento, atingem grupos microscópicos da proteína beta-amiloide (placas). As placas são um sinal característico da doença de Alzheimer.

Estratégias destinadas à beta-amiloide incluem:


  • Recrutamento do sistema imunológico. Várias drogas - conhecidas como anticorpos monoclonais - podem impedir a beta-amiloide de se aglomerar em placas, e ajudar o corpo a limpá-las do cérebro. Os anticorpos monoclonais imitam os anticorpos que seu corpo produz naturalmente como parte da resposta do sistema imunológico a invasores ou à vacinas. 

Pesquisas recentes sobre o anticorpo monoclonal solanezumab encontraram um possível benefício para pessoas com doença de Alzheimer leve. A droga pareceu ser mais eficaz quando administrada anteriormente, no decorrer da doença. Pesquisas recentes indicam ser uma droga segura. Mais estudos estão em andamento.
    Aducanumab é outra droga promissora conforme indicam estudos preliminares. Mais estudos estão em andamento para este tratamento.

    • Prevenção de destruição. Vários anos atrás, os pesquisadores descobriram que a beta-amiloide interage com outra proteína chamada Fyn. Quando combinada com beta-amiloide, a Fyn se torna muito ativa, o que desencadeia uma destruição das conexões entre células nervosas (sinapses) no cérebro.
    Um fármaco inicialmente desenvolvido como um possível tratamento contra o câncer - saracatinib - está sendo testado na doença de Alzheimer.
      Em ratos, esse fármaco desligou a Fyn, o que permitiu que as sinapses começassem a funcionar novamente, e os animais experimentassem uma inversão na perda de memória. Estudos com humanos estão em andamento.


      • Bloqueadores de produção. Essas terapias podem reduzir a quantidade de beta-amiloide formada no cérebro. A pesquisa mostrou que a beta-amiloide é produzida a partir de uma "proteína original", em duas etapas realizadas por diferentes enzimas.

      Vários medicamentos experimentais visam bloquear a atividade dessas enzimas. Eles são conhecidos como inibidores da beta e da gama-secrease.



      Evitar o entrelaçamento da tau
      Um sistema vital de transporte de células cerebrais entra em colapso quando uma proteína chamada tau, "torce" em fibras microscópicas chamadas emaranhados, que são outra anormalidade cerebral comum da doença de Alzheimer. Os pesquisadores estão procurando uma maneira de evitar que essa tau forme tais emaranhados.
      Os inibidores de agregação de tau e vacinas tau estão sendo estudadas em ensaios clínicos.

      Reduzindo a inflamação
      A doença de Alzheimer causa inflamação crônica e de baixo nível das células cerebrais. Os pesquisadores estão estudando maneiras de tratar processos inflamatórios na doença de Alzheimer.
      Os pesquisadores também analisam o poder da droga pioglitazona (Actos) em diminuir a beta-amiloide e a inflamação no cérebro.

      Pesquisando a resistência à insulina
      Os pesquisadores estão estudando os efeitos da insulina no cérebro e na função das células cerebrais, que possam ter relação com a doença de Alzheimer. Existem testes com spray de insulina nasal para determinar se retarda a progressão da doença de Alzheimer.

      Estudando a conexão coração-cabeça
      Evidências crescentes sugerem que a saúde cerebral está intimamente ligada ao coração e à saúde dos vasos sanguíneos. O risco de desenvolver a doença de Alzheimer parece aumentar como resultado de muitas condições que danificam o coração ou as artérias. Incluindo pressão alta, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e colesterol elevado.
      Vários estudos exploram a melhor forma de evidenciar essa conexão. As estratégias sob investigação incluem:


      • Medicamentos atuais para fatores de risco de doença cardíaca. Os pesquisadores estão investigando se as drogas agora utilizadas para tratar doenças vasculares, como medicamentos de pressão arterial, também poderão ajudar as pessoas com doença de Alzheimer, ou reduzir o risco de desenvolver a doença.
      • Drogas destinadas a novos alvos. Projetos adicionais estão analisando de perto a forma como a conexão entre doenças cardíacas e Alzheimer funciona a nível molecular, para encontrar novos alvos de drogas.
      • Escolhas de estilo de vida. Os pesquisadores estão estudando se as opções por um estilo de vida com benefícios cardíacos conhecidos, como exercitar-se na maioria dos dias, e manter uma dieta saudável para o coração, podem ajudar a prevenir a doença de Alzheimer, ou atrasar seu início.


      Hormônios
      Um estudo indica que a terapia hormonal baseada em estrogênio, por pelo menos um ano durante a pré-menopausa, ou menopausa precoce, parece proteger a capacidade de pensamento e a memória em mulheres com maior risco de doença de Alzheimer.
      Esse achado destaca a importância do timing - certas intervenções só podem ser úteis em momentos específicos. As descobertas globais sobre a terapia hormonal, no entanto, são inconclusivas, exigindo pesquisas adicionais antes que qualquer recomendação possa ser feita.

      Acelerando o desenvolvimento de tratamentos
      Desenvolver novos medicamentos é um processo lento e meticuloso. O ritmo pode ser especialmente frustrante para pessoas com Alzheimer e suas famílias, que estão à espera de novas opções de tratamento.
      Para ajudar a acelerar a descoberta, a Coalition Against Major Diseases (CAMD), uma aliança de empresas farmacêuticas, fundações sem fins lucrativos e conselheiros governamentais, formaram uma parceria inédita até então, para compartilhar dados dos ensaios clínicos no combate ao Alzheimer.

      Os pesquisadores antecipam que compartilhar esses dados com mais de 4.000 participantes do estudo, vai acelerar o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

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