Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução
A
sinestesia é uma condição neurológica que faz com que o cérebro
processe dados utilizando vários sentidos ao mesmo tempo. Por
exemplo, uma pessoa com sinestesia pode ouvir sons enquanto também
os enxerga na forma de redemoinhos coloridos. A condição não é
totalmente compreendida, mas acredita-se ser de origem genética, e
afeta mais as mulheres do que os homens.
A
sinestesia é incomum, ocorrendo em apenas cerca de 1 em 2.000
pessoas, de acordo com a Associação
Americana
de Psicologia (APA). A condição é mais encontrada entre artistas,
escritores e músicos; cerca de 20 a 25% das pessoas que exercem tais
profissões - de acordo com a publicação da Psychology
Today.
Exemplos de artistas famosos com sinestesia incluem o cantor
pop Lorde,
o violinista Kaitlyn Hova e os pintores Wassily Kandinsky e David
Hockney. O escritor Vladimir Nabokov, o compositor Olivier Messiaen e
o físico Richard Feynman, também podem ter tido sinestesia, de
acordo
com a APA.
Tipos
A
palavra "sinestesia" vem do termo grego para "perceber
junto". " De acordo com Psychology
Today,
mais de 60 tipos de sinestesias já foram relatadas. A maioria das
pessoas nessa condição experimenta pelo menos dois tipos de
sinestesia. O tipo mais comum é a sinestesia de cor grafema, que é
quando letras ou números parecem estar coloridos na página escrita,
ou visualizados na mente como coloridos.
Alguns
outros tipos de sinestesia incluem:
- Sentir determinados aromas ao ouvir certos sons.
- Enxergar música como se fossem cores no ar (sinestesia de música-cor).
- Sentir o sabor de certas palavras (sinestesia lexical-gustativa).
- Sentir que algumas texturas causam emoções específicas (sinestesia de emoção tátil).
- Perceber o tempo como tendo uma característica física (sinestesia tempo-espaço).
- Ver uma cor ao sentir dor.
-
Algumas
pessoas experimentam um fenômeno chamado "sinestesia
conceitual", no qual enxergam conceitos abstratos, como unidades
de tempo ou operações matemáticas, como formas projetadas
internamente ou no espaço ao seu redor, de acordo com a APA.
Causas
A
sinestesia foi estudada pela primeira vez no final do século XIX e
início do século XX, mas a pesquisa sobre a condição ficou
esquecida até a década de 1970. Desde então, muitos
neurocientistas estudaram a condição e propuseram várias teorias
concorrentes sobre suas causas, de acordo com um artigo publicado no
Monitor
on Psychology da APA.
Por
exemplo, a pesquisa de Simon Baron-Cohen, na
Universidade de Cambridge, sugeriu que a sinestesia resulta de uma
superabundância de conexões neurais. Normalmente, cada um dos
sentidos é atribuído a módulos separados no cérebro, com
comunicação cruzada limitada. Nos cérebros das pessoas com
sinestesia, as barreiras são quebradas, e há mais comunicação
entre os módulos, propôs Baron-Cohen.
No
entanto, Peter Grossenbacher, um psicólogo da Universidade de
Naropa, no Colorado, pensa que, mais do que reorganizar a arquitetura
do cérebro, a sinestesia acontece quando as áreas de sentido único
do cérebro recebem feedback de áreas multissensoriais. Normalmente,
as informações de áreas multissensoriais direcionam-se apenas à
área de sentido único apropriada. Em pessoas com sinestesia, a
informação se mistura, disse Grossenbacher.
Outra
teoria - proposta por Daphne Maurer, psicóloga da Universidade
McMaster, em Ontário - é que todos possuem essas conexões, mas nem
todas as utilizam. Aqueles que usam as conexões são aqueles que
experimentam sinestesia, sugeriu Maurer.
Um
pequeno estudo com 17 integrantes, publicado no European
Journal of Neuroscience
em 2016 concluiu que
aqueles com sinestesia podem ter associações mentais mais fortes
entre determinados sons e formas arredondadas ou angulares. "Existem
debates sobre a sinestesia", afirmou o cientista Dr. Krish
Sathian, neurologista da Emory University, Atlanta, em um
pronunciamento. Até agora, não estava claro se a origem das
percepções, em pessoas com sinestesia envolvia a forma como elas
associam certos sons que ouvem com imagens mentais que representam
esses sons, ou se a fonte era algo completamente diferente, disse
ele.
Em
uma Pesquisa
de 2017, com 11.000 estudantes universitários,
os pesquisadores descobriram que as crianças que cresciam ouvindo e
falando duas línguas desde uma idade muito jovem, eram mais
propensas a ter sinestesia do que pessoas que não falavam mais de
uma língua desde muito cedo. "Grupos de pessoas com diferentes
contextos linguísticos têm taxas diferentes de sinestesia - e taxas
bastante diferentes ", disse o co-autor do estudo, Marcus
Watson, um psicólogo experimental da Universidade York, em Toronto.
"Variando de 0 a cerca de 5 por cento, dependendo do
conhecimento de seu idioma."
Diagnóstico
Não
existe um método oficial de diagnóstico da sinestesia. Existem, no
entanto, diretrizes que foram desenvolvidas pelo pesquisador líder
em sinestesia, Dr. Richard Cytowic.
As
pessoas com sinestesia normalmente relatam o seguinte:
- Experimentam involuntariamente suas percepções.
- Projetam sensações fora da mente, como ver cores flutuando no ar ao ouvir sons.
- Têm a percepção de familiaridade a cada evento.
- Têm uma percepção genérica, como ver uma forma em resposta a um certo cheiro, mas não vêm algo mais complexo.
- Lembram da percepção sinestésica secundária melhor do que a percepção primária.
- Têm reações emocionais, como sentimentos prazerosos ligados às percepções.
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