segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sinestesia - O barulho das cores, o gosto das palavras, visão de sons, etc.



Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução



A sinestesia é uma condição neurológica que faz com que o cérebro processe dados utilizando vários sentidos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma pessoa com sinestesia pode ouvir sons enquanto também os enxerga na forma de redemoinhos coloridos. A condição não é totalmente compreendida, mas acredita-se ser de origem genética, e afeta mais as mulheres do que os homens.
A sinestesia é incomum, ocorrendo em apenas cerca de 1 em 2.000 pessoas, de acordo com a Associação Americana de Psicologia (APA). A condição é mais encontrada entre artistas, escritores e músicos; cerca de 20 a 25% das pessoas que exercem tais profissões - de acordo com a publicação da Psychology Today. Exemplos de artistas famosos com sinestesia incluem o cantor pop Lorde, o violinista Kaitlyn Hova e os pintores Wassily Kandinsky e David Hockney. O escritor Vladimir Nabokov, o compositor Olivier Messiaen e o físico Richard Feynman, também podem ter tido sinestesia, de acordo com a APA.

Tipos

A palavra "sinestesia" vem do termo grego para "perceber junto". " De acordo com Psychology Today, mais de 60 tipos de sinestesias já foram relatadas. A maioria das pessoas nessa condição experimenta pelo menos dois tipos de sinestesia. O tipo mais comum é a sinestesia de cor grafema, que é quando letras ou números parecem estar coloridos na página escrita, ou visualizados na mente como coloridos.
Alguns outros tipos de sinestesia incluem:
  • Sentir determinados aromas ao ouvir certos sons.
  • Enxergar música como se fossem cores no ar (sinestesia de música-cor).
  • Sentir o sabor de certas palavras (sinestesia lexical-gustativa).
  • Sentir que algumas texturas causam emoções específicas (sinestesia de emoção tátil).
  • Perceber o tempo como tendo uma característica física (sinestesia tempo-espaço).
  • Ver uma cor ao sentir dor.
Algumas pessoas experimentam um fenômeno chamado "sinestesia conceitual", no qual enxergam conceitos abstratos, como unidades de tempo ou operações matemáticas, como formas projetadas internamente ou no espaço ao seu redor, de acordo com a APA.

Causas

A sinestesia foi estudada pela primeira vez no final do século XIX e início do século XX, mas a pesquisa sobre a condição ficou esquecida até a década de 1970. Desde então, muitos neurocientistas estudaram a condição e propuseram várias teorias concorrentes sobre suas causas, de acordo com um artigo publicado no Monitor on Psychology da APA.
Por exemplo, a pesquisa de Simon Baron-Cohen, na Universidade de Cambridge, sugeriu que a sinestesia resulta de uma superabundância de conexões neurais. Normalmente, cada um dos sentidos é atribuído a módulos separados no cérebro, com comunicação cruzada limitada. Nos cérebros das pessoas com sinestesia, as barreiras são quebradas, e há mais comunicação entre os módulos, propôs Baron-Cohen.
No entanto, Peter Grossenbacher, um psicólogo da Universidade de Naropa, no Colorado, pensa que, mais do que reorganizar a arquitetura do cérebro, a sinestesia acontece quando as áreas de sentido único do cérebro recebem feedback de áreas multissensoriais. Normalmente, as informações de áreas multissensoriais direcionam-se apenas à área de sentido único apropriada. Em pessoas com sinestesia, a informação se mistura, disse Grossenbacher.
Outra teoria - proposta por Daphne Maurer, psicóloga da Universidade McMaster, em Ontário - é que todos possuem essas conexões, mas nem todas as utilizam. Aqueles que usam as conexões são aqueles que experimentam sinestesia, sugeriu Maurer.
Um pequeno estudo com 17 integrantes, publicado no European Journal of Neuroscience em 2016 concluiu que aqueles com sinestesia podem ter associações mentais mais fortes entre determinados sons e formas arredondadas ou angulares. "Existem debates sobre a sinestesia", afirmou o cientista Dr. Krish Sathian, neurologista da Emory University, Atlanta, em um pronunciamento. Até agora, não estava claro se a origem das percepções, em pessoas com sinestesia envolvia a forma como elas associam certos sons que ouvem com imagens mentais que representam esses sons, ou se a fonte era algo completamente diferente, disse ele.
Em uma Pesquisa de 2017, com 11.000 estudantes universitários, os pesquisadores descobriram que as crianças que cresciam ouvindo e falando duas línguas desde uma idade muito jovem, eram mais propensas a ter sinestesia do que pessoas que não falavam mais de uma língua desde muito cedo. "Grupos de pessoas com diferentes contextos linguísticos têm taxas diferentes de sinestesia - e taxas bastante diferentes ", disse o co-autor do estudo, Marcus Watson, um psicólogo experimental da Universidade York, em Toronto. "Variando de 0 a cerca de 5 por cento, dependendo do conhecimento de seu idioma."

Diagnóstico

Não existe um método oficial de diagnóstico da sinestesia. Existem, no entanto, diretrizes que foram desenvolvidas pelo pesquisador líder em sinestesia, Dr. Richard Cytowic.
As pessoas com sinestesia normalmente relatam o seguinte:
  • Experimentam involuntariamente suas percepções.
  • Projetam sensações fora da mente, como ver cores flutuando no ar ao ouvir sons.
  • Têm a percepção de familiaridade a cada evento.
  • Têm uma percepção genérica, como ver uma forma em resposta a um certo cheiro, mas não vêm algo mais complexo.
  • Lembram da percepção sinestésica secundária melhor do que a percepção primária.
  • Têm reações emocionais, como sentimentos prazerosos ligados às percepções.
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Doença cardíaca e Câncer - Assassinos cruéis revelam raízes em comum


Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

Recentemente, conheci um homem muito desafortunado. Um analista financeiro, na casa de seus 60 anos, que parecia respirar com dificuldade, e com o estranho hábito de arregalar os olhos e levantar as sobrancelhas cada vez que terminava uma frase.

"Eu tive dois cânceres potencialmente mortais", ele me disse. "Melanoma e câncer de pulmão. Eles tiraram o câncer de pulmão e o melanoma foi ressecado. "As sobrancelhas levantavam e caíam. "Mas não foram nenhum dos cânceres que quase me mataram", ele continuou, com o que me pareceu uma abordagem extraordinariamente otimista de sua história médica. "Foi um ataque cardíaco".

Meses antes, ele tivera um ataque agudo de dor no peito - uma sensação de rasgarem seu peito, que se alastrava para o braço esquerdo. Rapidamente foi levado ao hospital, onde os médicos descobriram um bloqueio quase completo em uma das principais artérias do coração. No momento em que os cardiologistas aliviaram o bloqueio, já havia uma fatia de tecido morto no órgão; e a função cardíaca normal jamais foi recuperada.

Se o caso desse homem tivesse sido apresentado uma década antes, eu teria pensado nele como vítima de duas doenças não relacionadas. Doenças cardíacas e câncer - Matador 1 e Matador 2 nos Estados Unidos - seres de universos paralelos na medicina. Doença coronariana, fomos ensinados como residentes médicos, era tipicamente causada pelo acúmulo de placas nas artérias, constituídas principalmente por depósitos de colesterol. Se a placa se rompe, surge um coágulo ao redor, precipitando um bloqueio agudo do fluxo sanguíneo - um "ataque cardíaco".

Os cardiologistas aprenderam que podiam prevenir o acúmulo de placas mudando a dieta , hábitos, ou usando drogas para reduzir o colesterol, como o Lipitor. Para além da prevenção, os médicos poderiam forçar a abertura do bloqueio arterial, ou injetar drogas que dissolvessem os coágulos. A imagem de velhos canos de chumbo entupidos e da solução  Roto-Rooter era difícil de encarar. A doença da artéria coronariana, ao que parece, tratava-se de um problema de encanamento, exigindo a caixa de ferramentas de um encanador (para ser justo, há um universo de biologia por trás do metabolismo do colesterol e sua ligação à doença cardíaca).

O câncer, ao contrário, era o problema para um exterminador - o dilema do veneno. Os agentes causadores de câncer desencadearam a proliferação celular anormal por genes mutantes, envolvidos na regulação do crescimento. Essas células cancerosas, ocupando tecidos e se espalhando, exigem um veneno celular - quimioterapia - que pouparia células normais e mataria as malignas.

Cardiologistas e oncologistas - encanadores e envenenadores - viviam em diferentes domínios médicos. Falavam línguas diferentes, assistiam à diferentes conferências, liam revistas especializadas exclusivas. Se os caminhos se cruzassem, considerava-se uma coincidência a inevitável convergência de duas doenças comuns e relacionadas à idade daquele corpo.

Eu era um residente médico em Boston, no início dos anos 2000, quando ouvi uma teoria que, com o tempo, forçaria esses mundos separados a colidirem. Dois cardiologistas, Peter Libby e Paul Ridker, estavam pensando na formação de placas de uma maneira diferente. Libby e Ridker reconheciam o papel do colesterol e dos lipídios. Mas tão importante quanto outra variável, raramente discutida: inflamação - a restauração e ativação de certas células imunes. Essas células imunes ativadas, infiltrando-se nos vasos sanguíneos no início da doença da coronária, permitiam que as placas crescessem e se rompessem. O colesterol "ruim" foi uma parte necessária da equação - estes depósitos lipídicos é que poderiam ativar as células imunes, propuseram - mas não foi suficiente.

Se a inflamação pode desencadear doença coronariana, poderia um ataque direto sobre ela - além de reduções nos níveis de colesterol - diminuir o risco de ataques cardíacos? Ao longo de uma década, Libby e Ridker encontraram-se focados em uma molécula envolvida em inflamação chamada interleucina-1 beta. Em meados dos anos 2000, eles ouviram falar de um novo fármaco - um inibidor de interleucina-1-beta - que foi usado para tratar doenças inflamatórias extremamente raras.  Em abril de 2011, a equipe de Ridker começou a incluir 10 mil pacientes que apresentavam sinais de inflamação, e estavam em risco muito alto de doença coronariana, em um estudo randomizado para determinar os efeitos do inibidor sobre doenças cardíacas e derrames.

Os resultados, publicados em agosto, são provocativos: apesar de nenhuma alteração nos níveis de colesterol, houve uma redução evidente nos ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e morte cardiovascular, particularmente em doses mais altas da droga. Mas o que chamou minha atenção foi uma análise aparentemente não relacionada, que levantava uma questão: a droga também poderia reduzir o risco de câncer?  Em um artigo publicado na The Lancet, Ridker e seus colegas descobriram que os pacientes tratados com drogas tinham uma queda em toda a mortalidade por câncer. Mais impressionante ainda foi uma diminuição significativa na incidência e nas mortes por câncer de pulmão.  Algum elemento na inflamação que impulsiona a formação de placas em doenças coronarianas, também é responsável pela progressão do câncer.

É um estudo que precisa de replicação cuidadosa; a análise foi projetada para sugerir uma hipótese, não para provar isso. Há perguntas sobre o preço da droga, os riscos de infecções, e alterações no sangue. Mas, se o benefício se sustentar em futuros ensaios, a inibição de interleucina-1-beta poderia, eventualmente, se classificar entre as mais eficazes estratégias de prevenção na história recente do câncer.

Inflamação no nexo entre câncer e doença cardíaca? Mas é claro, alguns de vocês devem estar pensando, com um aceno de cabeça exasperado. Você serviu-se de sua terceira porção de mirtilos; bebeu seu chá verde. Não era óbvio o tempo todo?

Não é tão simples. Uma avalanche de estudos indicou a inflamação como peça-chave em muitas doenças - mas há inconsistências.  Considere uma doença inflamatória como o lúpus: o risco da maioria dos cânceres (exceto alguns cânceres e linfomas relacionados com vírus) em pacientes com lúpus é apenas ligeiramente maior.  A artrite reumatoide aumenta o risco de linfomas, mas estranhamente reduz o risco de câncer de mama. A tuberculose, uma doença relacionada à inflamação, parece promover o risco de câncer de pulmão, mas em estudos com animais, o eczema, estranhamente, reduz o risco de câncer de pele.  Enquanto isso, uma indústria de medicamentos alternativos diariamente prega dietas "anti-inflamatórias" - mas qual delas reduz as inflamações, ou que tipos de inflamações são afetadas, são questões cujas respostas ainda estão distantes.

"Inflamação", em suma, é um conceito volátil - "um cesto com muitas palavras", como disse Padmanee Sharma, um imuno-oncologista no M.D. Anderson Cancer Center. Não há uma inflamação: o lúpus, a tuberculose e a gripe causam "inflamação", mas cada uma pode provocar respostas imunes diferentes ou sobrepostas. Perguntei a James Allison, que foi pioneiro na imunoterapia contra o câncer, para dissertar sobre "inflamação", e ele refletiu por um instante, considerando a definição.  "É uma resposta à lesão, mediada por células imunológicas. Mas há dezenas de tipos de células que se comunicam através de outras dezenas de sinais ".

Então, podemos imaginar uma inflamação como uma caixa de fusíveis em uma nova casa. Você está procurando o interruptor que liga a luz na sala de estar, ou que desliga o alarme (assim como estamos esperando encontrar o interruptor que desabilita o crescimento do câncer ou a formação da placa). Mas o circuito confunde você. Alguns botões estão marcados em carmesim: Não toque. Alguns não possuem etiquetas. Alguns sim, mas a escrita está em uma língua estrangeira.

"A inflamação, um termo do tipo guarda-chuva, agora está sendo dividida em muitas categorias diferentes", disse Sharma. É crônico ou agudo? Existe um tipo de inflamação "correta" que nos protege contra infecções e um tipo "errado" que precipita doenças? É imunidade "adaptativa" mediada - o tipo de imunidade que envolve células B e T que se adaptam às infecções? Ou a imunidade "inata", o mais antigo exército das respostas imunes, pré-programado para lutar contra certos patógenos?

Quando os médicos estudam ensaios como o de Ridker, geralmente fazem duas perguntas. A primeira pode ser vagamente descrita como: É boa ciência e boa medicina? O conceito proposto no estudo foi provado pelo julgamento? Se as conclusões fossem precisas, os efeitos adversos seriam aceitáveis?  Cardiologistas e oncologistas com os quais falei, concordaram com a precisão técnica do estudo. Um deles observou o modesto benefício para doenças cardíacas; Ridker e Libby reforçam que a droga é, pelo menos, tão eficaz quanto alguns medicamentos que reduzem o colesterol.

Mas há um segundo tipo de inquérito que é mais difícil de tratar, pois pertence a um reino quase estético. O estudo ilustra algo estranho e maravilhoso sobre a fisiologia humana? A análise até pode ser favorável, mas ainda não está completa.

O estudo liga cenários dispares da medicina através de um mecanismo patológico comum. É difícil saber se as doenças do homem que conheci foram devidas à inflamação, mas Ridker e Libby me forçaram a ver seu caso - e rever mais mil casos que eu tinha visto anteriormente, sob novas luzes clínicas. Nunca pensarei em pacientes com câncer e doenças das coronárias da mesma maneira.

Há, porém, um outro toque de admiração. Quais são as chances de uma molécula, posicionada em um canto da resposta imunológica, atuar como interruptor para duas doenças completamente diferentes?

Deve haver uma peculiaridade em nosso design, uma fenda quase visível na fisiologia que nos permita atingir a inflamação de uma maneira que não mate ou mutile, mas aja apenas assim, incapacitando duas doenças aterradoras.  É como se tivéssemos entrado no porão da nova casa, encontrássemos a caixa de fusíveis, aprendêssemos a ler a linguagem codificada dos rótulos e - na escuridão parcial - puxássemos apenas um interruptor. E, milagre dos milagres: no andar de cima, apenas as luzes da sala permanecem acessas.

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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Segredo para o sucesso pode não ser o que você pensa!




Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

Quando a maioria das pessoas pensa em sucesso, elas imaginam algo grandioso.

Pensam em seus escritores, músicos e atletas favoritos, e refletem sobre a atenção que recebem, o dinheiro acumulado, o nível de habilidade e a qualidade do trabalho que parece ser tão fácil para eles.

A mídia tende a se concentrar em resultados visíveis, e nos deixa questionando sobre em que pode ter se baseado para avaliar tais resultados. Às vezes, ela mesmo cria narrativas sensacionais para amplificar tais sucessos.

É uma imagem romântica, e não é de admirar nossa imersão numa cultura que venera os segredos que prometem ajudar a pavimentar nosso caminho.

Naturalmente, muitas dessas dicas e táticas podem ser úteis, e vale a pena manter-se com diferentes conceitos sobre como melhorar a si mesmo. Dito isto, o problema é que temos uma tendência a tratar tais dicas e táticas não como conhecimento complementar, mas sim como o cerne de todo o processo.

De fato, a ideia de que há algo diferente descoberto pelas pessoas que seguimos, quase serve como uma âncora para muitas das nossas próprias aspirações, porque em vez de partirmos para a ação, ficamos à espera da próxima grande revelação sobre uma ideia secreta, e de como poderemos implementá-la.

Mas é, realmente, disso que você precisa para obter um sucesso? De um segredo escondido?

A SIMPLICIDADE DA EXCELÊNCIA
O desempenho superlativo é uma confluência de dezenas de pequenas habilidades ou atividades, que fomos aprendendo ou tropeçando nelas, e que, cuidadosamente, foram sendo transformadas em hábitos e, em seguida, agrupadas em um todo sintetizado. - Daniel Chambliss

Em 1989, Daniel Chambliss publicou um artigo sobre o que  aprendeu ao seguir nadadores de variados níveis de competência, e descobrir o que separou os concorrentes de calibre olímpico, dos demais.

Assistiu como treinavam, o que comiam, e os entrevistou.

Enquanto treinadores e mentores frequentemente atribuíam as diferenças entre os nadadores à coisas como o tipo de corpo, Chambliss descobriu que, em grande parte, tudo se resumia a como os nadadores se relacionavam com a ideia sobre seus trabalhos.

Ele observou, especificamente, que muitas das coisas que os atletas de elite estavam fazendo, eram incrivelmente chatas e mundanas. Tiveram a atitude e a disciplina para aparecer, dia após dia, para trabalhar em movimentos pequenos e minúsculos de forma que fossem internalizados, transformando-se em hábitos.

Mesmo o tempo gasto na prática não era um forte indicador das diferenças entre eles. O que importava era o que faziam com o tempo que tinham, em face de ações muito comuns e específicas. É fácil desperdiçar 4 horas. Não é fácil, no entanto, manter o foco em uma única tarefa por 2 horas.

Chambliss intitulou apropriadamente seu artigo The Mundanity of Excellence, e serve como um importante lembrete de que muitas das pessoas que rotulamos extraordinárias, não fazem coisas extraordinárias. Eles fazem coisas muito comuns.

Numa era de distração constante, onde o tédio é facilmente gratificado, talvez a solução não seja satisfazê-lo. Talvez não haja segredo escondido, e talvez, só talvez, canalizar nosso tédio de forma produtiva seja a fórmula para progredirmos.

A excelência ou o sucesso não são acidentais. Apenas ensejam trabalho, o simples e mundano trabalho.

O EXEMPLO DOS JUROS COMPOSTOS
"Passe cada dia tentando ficar um pouco mais sábio do que você era quando acordou. Dia- a-dia, e no final dos dias - se você viver o tempo suficiente - como a maioria das pessoas, você vai conseguir da vida o que você merece. "- Charlie Munger.

É importante notar que há uma diferença entre estar ocupado e fazer algo. Ser capaz de distinguir entre trabalho real e trabalho imaginado é fundamental.

A boa notícia é que não precisa ser complicado. Se você se concentrar em um único critério de avaliação e garantir que esse critério registre a diferença entre quando você começou e quando você terminou, então você estará no caminho certo.

Para um atleta, pode ser o número de repetições que realiza em uma sessão, ou o tempo que leva para completar uma volta. Para o escritor, pode ser o número de boas palavras que pode produzir quando se senta para digitar.

No dia a dia, o que você mede não mostrará, necessariamente, incrementos significativos, mas se insistir e continuar, esse processo será construído sobre si mesmo para produzir ganhos valiosos. Cada esforço terá como base as melhorias obtidas antes dele, e ao longo do tempo, você verá resultados substanciais.

Hipoteticamente, se você fosse investir  $ 100 no início de um ano para obter um retorno de apenas 1% ao dia, você teria algo na faixa de $ 3800 em seu nome no final do período. Mesmo com uma taxa tão lenta de aumento, esse tipo de retorno mostra o poder da composição.

A mesma lógica se aplica aos empreendimentos pessoais. Você não precisa mover o mundo toda vez que senta para trabalhar, mas se conseguir direcionar o tédio e a simplicidade para empurrá-lo na direção certa, acabará por chegar em algum lugar.

E aquela pequena taxa de 1% se transformará, lentamente, em algo maior, maior e muito maior.

DEIXE A VIDA TE LEVAR
É, ao mesmo tempo, mais difícil do que você pensa e muito mais fácil do que imagina.

Concentrar-se em algo por um longo período de tempo é difícil, dizer "não" às alternativas tentadoras quase nunca é divertido, e confiar em ganhos incrementais não é tarefa fácil.

A boa notícia é que nada disso é novo. Todos nós estamos fazendo essas coisas em diferentes contextos, há anos e anos. Apenas nos distraímos com o barulho e a ilusão de grandes promessas e histórias de "sucesso da noite para o dia".

Dizer a alguém para simplesmente fazer o trabalho é horrível, mas não deixa de ser um grande conselho. É horrível porque todos nós sabemos que é o certo, mas não é o que queremos ouvir. Ainda assim, é ótimo porque não exige que você seja um super-humano. É certo que somente o seu trabalho não vai mudar o mundo, mas se houver dedicação, foco em ser melhor hoje do que foi ontem, colherá os resultados.

Torne isso um hábito. Encare o tédio, assuma a rotina, e coloque algumas horas focadas para o que você acha que importa, o que quer que seja.

Talvez isso signifique escrever as histórias que você está imaginando. Talvez seja sobre as horas que você gasta na academia pela manhã.

Seja lá o que for, estará ao alcance se você assim o desejar.

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Texto original, em inglês, clique aqui 






segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Alzheimer - Quais as novidades nos tratamentos? (por Clínica Mayo)



Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

Equipe médica da Clínica Mayo


Apesar dos muitos estudos promissores, novos tratamentos demoram a surgir.

Os atuais tratamentos contra esse mal melhoram temporariamente os sintomas de perda de memória, e problemas de raciocínio lógico.
Tais tratamentos aumentam o desempenho de compostos químicos com a função de transportar informações entre as células cerebrais. No entanto, não impedem o declínio subjacente e a morte dessas células. À medida que mais células morrem, a doença de Alzheimer se agrava.
Os especialistas são cautelosos sobre o desenvolvimento de tratamentos no combate ao Alzheimer, que possam parar ou retardar significativamente a doença. Uma compreensão crescente de como ela afeta o cérebro levou a possíveis tratamentos que curto-circuitam os processos básicos dessa doença.
Futuros tratamentos para o Alzheimer poderão incluir uma combinação de medicamentos, como os usados contra muitos tipos de câncer ou HIV / AIDS, onde são incluídos mais do que um único composto.


As seguintes opções de tratamento estão entre as estratégias atualmente em estudo.

Ataque às placas
Alguns dos novos tratamentos de combate ao Alzheimer em desenvolvimento, atingem grupos microscópicos da proteína beta-amiloide (placas). As placas são um sinal característico da doença de Alzheimer.

Estratégias destinadas à beta-amiloide incluem:


  • Recrutamento do sistema imunológico. Várias drogas - conhecidas como anticorpos monoclonais - podem impedir a beta-amiloide de se aglomerar em placas, e ajudar o corpo a limpá-las do cérebro. Os anticorpos monoclonais imitam os anticorpos que seu corpo produz naturalmente como parte da resposta do sistema imunológico a invasores ou à vacinas. 

Pesquisas recentes sobre o anticorpo monoclonal solanezumab encontraram um possível benefício para pessoas com doença de Alzheimer leve. A droga pareceu ser mais eficaz quando administrada anteriormente, no decorrer da doença. Pesquisas recentes indicam ser uma droga segura. Mais estudos estão em andamento.
    Aducanumab é outra droga promissora conforme indicam estudos preliminares. Mais estudos estão em andamento para este tratamento.

    • Prevenção de destruição. Vários anos atrás, os pesquisadores descobriram que a beta-amiloide interage com outra proteína chamada Fyn. Quando combinada com beta-amiloide, a Fyn se torna muito ativa, o que desencadeia uma destruição das conexões entre células nervosas (sinapses) no cérebro.
    Um fármaco inicialmente desenvolvido como um possível tratamento contra o câncer - saracatinib - está sendo testado na doença de Alzheimer.
      Em ratos, esse fármaco desligou a Fyn, o que permitiu que as sinapses começassem a funcionar novamente, e os animais experimentassem uma inversão na perda de memória. Estudos com humanos estão em andamento.


      • Bloqueadores de produção. Essas terapias podem reduzir a quantidade de beta-amiloide formada no cérebro. A pesquisa mostrou que a beta-amiloide é produzida a partir de uma "proteína original", em duas etapas realizadas por diferentes enzimas.

      Vários medicamentos experimentais visam bloquear a atividade dessas enzimas. Eles são conhecidos como inibidores da beta e da gama-secrease.



      Evitar o entrelaçamento da tau
      Um sistema vital de transporte de células cerebrais entra em colapso quando uma proteína chamada tau, "torce" em fibras microscópicas chamadas emaranhados, que são outra anormalidade cerebral comum da doença de Alzheimer. Os pesquisadores estão procurando uma maneira de evitar que essa tau forme tais emaranhados.
      Os inibidores de agregação de tau e vacinas tau estão sendo estudadas em ensaios clínicos.

      Reduzindo a inflamação
      A doença de Alzheimer causa inflamação crônica e de baixo nível das células cerebrais. Os pesquisadores estão estudando maneiras de tratar processos inflamatórios na doença de Alzheimer.
      Os pesquisadores também analisam o poder da droga pioglitazona (Actos) em diminuir a beta-amiloide e a inflamação no cérebro.

      Pesquisando a resistência à insulina
      Os pesquisadores estão estudando os efeitos da insulina no cérebro e na função das células cerebrais, que possam ter relação com a doença de Alzheimer. Existem testes com spray de insulina nasal para determinar se retarda a progressão da doença de Alzheimer.

      Estudando a conexão coração-cabeça
      Evidências crescentes sugerem que a saúde cerebral está intimamente ligada ao coração e à saúde dos vasos sanguíneos. O risco de desenvolver a doença de Alzheimer parece aumentar como resultado de muitas condições que danificam o coração ou as artérias. Incluindo pressão alta, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e colesterol elevado.
      Vários estudos exploram a melhor forma de evidenciar essa conexão. As estratégias sob investigação incluem:


      • Medicamentos atuais para fatores de risco de doença cardíaca. Os pesquisadores estão investigando se as drogas agora utilizadas para tratar doenças vasculares, como medicamentos de pressão arterial, também poderão ajudar as pessoas com doença de Alzheimer, ou reduzir o risco de desenvolver a doença.
      • Drogas destinadas a novos alvos. Projetos adicionais estão analisando de perto a forma como a conexão entre doenças cardíacas e Alzheimer funciona a nível molecular, para encontrar novos alvos de drogas.
      • Escolhas de estilo de vida. Os pesquisadores estão estudando se as opções por um estilo de vida com benefícios cardíacos conhecidos, como exercitar-se na maioria dos dias, e manter uma dieta saudável para o coração, podem ajudar a prevenir a doença de Alzheimer, ou atrasar seu início.


      Hormônios
      Um estudo indica que a terapia hormonal baseada em estrogênio, por pelo menos um ano durante a pré-menopausa, ou menopausa precoce, parece proteger a capacidade de pensamento e a memória em mulheres com maior risco de doença de Alzheimer.
      Esse achado destaca a importância do timing - certas intervenções só podem ser úteis em momentos específicos. As descobertas globais sobre a terapia hormonal, no entanto, são inconclusivas, exigindo pesquisas adicionais antes que qualquer recomendação possa ser feita.

      Acelerando o desenvolvimento de tratamentos
      Desenvolver novos medicamentos é um processo lento e meticuloso. O ritmo pode ser especialmente frustrante para pessoas com Alzheimer e suas famílias, que estão à espera de novas opções de tratamento.
      Para ajudar a acelerar a descoberta, a Coalition Against Major Diseases (CAMD), uma aliança de empresas farmacêuticas, fundações sem fins lucrativos e conselheiros governamentais, formaram uma parceria inédita até então, para compartilhar dados dos ensaios clínicos no combate ao Alzheimer.

      Os pesquisadores antecipam que compartilhar esses dados com mais de 4.000 participantes do estudo, vai acelerar o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

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      segunda-feira, 2 de outubro de 2017

      Nutrição saudável - SERÁ?


      Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

      A TIME MAGAZINE pediu aos especialistas em nutrição para que nos colocassem a par das mais recentes reviravoltas no mundo da alimentação saudável. Aqui estão as informações que eles deram.

      Água-hidrogenada

      A chamada água-hidrogenada - água na qual o gás hidrogênio é dissolvido - tornou-se cada vez mais popular nos últimos anos, com um punhado de empresas (incluindo uma criada pelo médico Dr. Nicholas Perricone) vendendo garrafas, comprimidos que você pode dissolver na água, e até mesmo máquinas para aumentar o teor de hidrogênio da água. Alguns afirmam que adicionar mais hidrogênio aumenta a energia, melhora a recuperação pós-treino e reduz inflamações.
      Mas a ciência por trás dessas afirmações é fraca, apoiada apenas por alguns estudos encorajadores em ratos e camundongos, e ainda com poucos testes em pessoas. "Nós não sabemos nada sobre a dosagem ou a freqüência com que você precisa beber água hidrogenada para obter benefícios para a saúde", diz Robin Foroutan, porta-voz da Academia de Nutrição e Dietética.
      Além disso, a quantidade de hidrogênio em produtos de água varia amplamente, e não há regulação para a padronização das fórmulas. Por enquanto, os especialistas dizem que, embora beber água com hidrogênio provavelmente não seja arriscado, os benefícios, se existirem, também são pouco conhecidos.

      Proteína em pó

      Existe uma variedade de proteínas em pó - soro, sementes de cânhamo, soja, ervilha e mais - os quais podem ser adicionados aos alimentos que de outra forma não possuem o nutriente em grandes quantidades, como batidas e vitaminas. Os pós podem ajudar na recuperação muscular após o exercício, além de proporcionar saciedade por um longo período.
      Mas, nas formas mais importantes, o pó de proteína não é necessariamente um substituto adequado para outros alimentos. A proteína é importante para a saúde dos músculos, ossos e pele, e pode fornecer os nove aminoácidos essenciais que o corpo humano não produz por si só. Enquanto alguns pós de proteína possuem o perfil completo de aminoácidos, muitos ficam aquém. Em geral, os pós de proteínas animais - como o soro de leite, a caseína ou a proteína branca do ovo - são os mais completos.
      Além disso, comer um alimento rico em proteínas pode fornecer outros nutrientes necessários. Por exemplo, os ovos contêm proteínas, bem como gorduras saudáveis e vitamina D. "Quando você come proteína de alimentos integrais, você obtém nutrientes e fibras extras que contribuem para uma dieta saudável", diz Nancy Rodríguez, professora de ciências nutricionais da Universidade de Connecticut, Storrs.

      Sorvete de baixas calorias
      O sorvete de baixas calorias e com altos teores de proteínas da Halo Top, tornou-se recentemente o pote mais vendido nos EUA, em parte, anunciando-se como uma alternativa saudável aos tradicionais Häagen-Dazs e Ben & Jerry's.
      Isso é tecnicamente verdadeiro, especialmente para os contadores de calorias. Mas os nutricionistas advertem que tais contagens de baixas calorias derivam tipicamente de adoçantes artificiais e sem calorias, que não parecem ajudar as pessoas a perder peso, de acordo com recente relatório publicado pelo Jornal da Associação Médica Canadense.

      Quanto à proteína adicionada, a menos que você esteja seguindo um regime de alta proteína, a quantidade extra no sorvete pode ser facilmente obtida em alimentos como frango e quinoa. Dados federais mostram que os adultos americanos consomem cerca de 15% de suas calorias diárias por meio de proteínas - bem dentro da quantidade recomendada.
      Dito isto, se você está em busca de satisfação, existem alternativas bem piores do que a Halo Top. "No que diz respeito aos ingredientes, não há nada lá que eu questione com uma bandeira vermelha", diz Keri Gans, dietista registrada na cidade de Nova York.

      Macarrão sem massa (non-pasta pasta)

      Macarrão feito de arroz integral, quinoa, lentilhas, grão-de-bico, entre outros, ao invés de farinha, tudo "al dente". De certa forma, sim, massas desidratadas feitas de grão-de-bico, lentilhas ou feijão preto, possuem mais proteínas e fibras do que a massa normal. Isso porque esses grãos são naturalmente ricos nesses nutrientes.
      Mas não se deixe enganar por marcas de macarrão com vegetais no nome, como macarrão com espinafre, ou com tomate. Dependendo da marca, massas de espinafre podem ser massas regulares com um pouco de espinafre em pó adicionado. Isso é, basicamente, "jogada de marketing", diz Keith Ayoob, professor de pediatria da Albert Einstein College of Medicine. Mesmo as empresas anunciando que seu macarrão contém "uma porção repleta de vegetais", ele acrescenta, não estão oferecendo um substituto viável para verduras reais.
      A qualidade nutricional de qualquer tipo de massa, regular ou alternativa, depende em grande parte do que você serve como acompanhamento à ela. Todos os macarrões podem ser saudáveis se cobertos com vegetais, em vez de molho Alfredo, e servidos em porções não exageradas.

      Snacks saudáveis em barras


      As barras de granola têm sido um elemento icônico no templo da comida saudável, apesar do fato de que muitas contêm tanto açúcar como numa barra de chocolate.
      Dito isto, nos últimos anos houve um aumento na procura por opções para lanches legitimamente saudáveis; para escolher uma delas, você só precisa ler os ingredientes com atenção. O dietista Andy Bellatti recomenda a procura de barras que disponibilizem o sabor doce originado dos alimentos, como tâmaras e coco, em vez de camadas de açúcares (ver: marcas como RXBAR e Lärrabar). Dessa forma, ele explica: "você estará recebendo nutrição e fibra, sem adição de açúcar". No caso de precisar de um lanche do meio-dia, um punhado de amêndoas ou uma maçã, muitas vezes pode ser a solução para menos calorias.
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