segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Clonagem humana-Human Cloning-O próximo passo?


DISSEMINANDO CONHECIMENTOS-EXERCÍCIOS DE TRADUÇÃO


Cientistas da China clonaram dois saltitantes macacos-bebês, teoricamente, abrindo as portas para a clonagem de humanos.
No entanto, os pesquisadores enfatizaram que não possuem intenção de clonar seres humanos.
"Acredito que a sociedade, o público em geral e o governo não permitiriam a extensão da aplicação desses métodos usados com primatas (não-humanos) aos humanos", disse Mu-ming Poo, diretor do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências. Em vez disso, o objetivo é criar macacos clonados que possam ser usados ​​para estudar doenças genéticas humanas, acrescentou Poo, co-autor de um novo estudo descrevendo os resultados. [8 mamíferos que já foram clonados desde Dolly, a ovelha]

O legado de Dolly

As macacas são chamadas de Zhong Zhong e Hua Hua, da palavra "Zhonghua", que significa "nação chinesa." Os animais têm atualmente cerca de 7 semanas de idade; vivem no mesmo tipo de incubadora usada para bebês humanos, e são alimentados com mamadeiras por cuidadores humanos. São muito ativos e parecem estar se desenvolvendo como qualquer macaco normal, informou Poo durante uma coletiva de imprensa nesta semana.
Os dois primatas de olhos grandes foram criados em um processo chamado transferência nuclear de células somáticas. Nesse método, os pesquisadores colhem um óvulo e removem seu núcleo (que contém o DNA). Então, tiram uma célula somática do corpo de um indivíduo que desejam clonar e também removem o núcleo, transferindo esse núcleo para o óvulo vazio. Permite-se que a célula inicie as divisões, e cresça por vários dias para atingir o estágio de blastocisto multicelular. O blastocisto é então implantado no útero de uma macaca-mãe substituta para que se desenvolva em feto e, posteriormente, num bebê.
Dolly, a ovelha, nascida em 1996, foi o primeiro animal clonado com sucesso usando esta técnica; mais especificamente, sendo clonada da célula do úbere de uma ovelha adulta. Dolly morreu em 2003, aos 6 anos de idade. Desde aquele nascimento, os cientistas usaram a transferência nuclear de células somáticas para clonar mais ovelhas, bem como vacas, ratos, ratos e cachorros, mas ninguém jamais conseguiu clonar um primata não-humano, acrescentou Poo.
"Talvez os núcleos somáticos diferenciados das espécies primatas sejam incapazes de transmitir os genes necessários ao desenvolvimento embrionário", afirmou.

Processo otimizado

Para superar esse problema, os pesquisadores refinaram a técnica. Eles otimizaram a transferência nuclear utilizando imagens com tecnologia de ponta, e melhoraram a fusão da célula doadora ao óvulo durante o processo de transferência.
"Este é um procedimento muito difícil e delicado", disse Poo; Foram necessários muitos anos de pratica nessas técnicas.
Mesmo assim, os embriões reconstruídos não se desenvolviam adequadamente. A virada do jogo, segundo os pesquisadores, ocorreu na reprogramação dos núcleos doadores. Eles usaram epigenética para fazer esta reprogramação, o que significa que não alteraram a sequência de DNA em si, mas a maneira com que os genes individuais foram expostos. Com esse método, reativaram os genes necessários para o desenvolvimento embrionário. A tecnologia necessária para fazer essa modulação epigenética foi desenvolvida nos últimos anos, disse Zhen Liu, co-autor do estudo e pesquisador pós-doutorado do Instituto de Neurociências. [6 espécies de animais extintos que podem ser trazidos de volta à vida]
Usando células de tecido conjuntivo, chamadas fibroblastos, dos fetos de macacos de cauda longa (Macaca fascicularis) como doadores, os pesquisadores criaram 79 ovócitos clonados, que foram implantados em 21 mães substitutas. Ocorreram seis gestações, e duas foram desenvolvidas até o final, relataram os pesquisadores (janeiro 24) na revista Cell.
Os pesquisadores também tentaram clonar células de macacos adultos, com menos sucesso. De 22 gestações em 42 substitutas, dois nasceram vivos, mas os bebês morreram logo após o parto. O motivo, disse Poo, é que provavelmente as células adultas sejam mais difíceis de reprogramar do que as células fetais mais flexíveis. No entanto, a equipe está trabalhando na técnica, e atualmente existem fêmeas grávidas de fetos clonados de células de corpos adultos.
"Parecem estar se desenvolvendo bem, então esperamos produzir bebês em breve", disse ele.
Além de serem mais fáceis de reprogramar nos estágios iniciais de desenvolvimento, as células de fetos têm outras vantagens, Poo informou: fibroblastos fetais são fáceis tanto para cultivar em laboratório, como para editar geneticamente. O objetivo, ele disse, é introduzir mutações genéticas do mesmo tipo que causam as doenças humanas, como o Parkinson.
"Então, os clones serão um modelo ideal para esse tipo de doença em particular, e permitirão o desenvolvimento de medicamentos para tratamentos", concluiu Poo.
Dentro de um ano, os pesquisadores esperam produzir clones geneticamente editados de macacos para uso nesse tipo de pesquisa.
Artigo original em Live Science.

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