DISSEMINANDO CONHECIMENTOS-EXERCÍCIOS DE TRADUÇÃO
Cientistas
da China clonaram dois saltitantes macacos-bebês, teoricamente,
abrindo as portas para a clonagem de humanos.
"Acredito
que a sociedade, o público em geral e o governo não permitiriam a
extensão da aplicação desses métodos usados com primatas
(não-humanos) aos humanos", disse Mu-ming Poo, diretor do
Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências. Em vez
disso, o objetivo é criar macacos clonados que possam ser usados
para estudar doenças genéticas humanas, acrescentou Poo,
co-autor de um novo estudo descrevendo os resultados. [8
mamíferos que já foram clonados desde Dolly, a ovelha]
O legado de Dolly
As
macacas
são chamadas de Zhong Zhong e Hua Hua, da palavra "Zhonghua",
que significa "nação chinesa." Os animais têm atualmente
cerca de 7 semanas de idade; vivem no mesmo tipo de incubadora
usada para bebês humanos, e são alimentados com mamadeiras por
cuidadores humanos. São muito ativos e parecem estar se
desenvolvendo como qualquer macaco normal, informou Poo durante uma
coletiva de imprensa nesta semana.
Os
dois primatas de olhos grandes foram criados em um processo chamado
transferência
nuclear de células somáticas.
Nesse método, os pesquisadores colhem um óvulo e removem seu núcleo
(que contém o DNA). Então, tiram uma célula somática do corpo de
um indivíduo que desejam clonar e também removem o núcleo,
transferindo esse núcleo para o óvulo vazio. Permite-se que a
célula inicie as divisões, e cresça por vários dias para atingir
o estágio de blastocisto multicelular. O blastocisto é então
implantado no útero de uma macaca-mãe substituta para que se
desenvolva em feto e, posteriormente, num bebê.
Dolly,
a ovelha,
nascida em 1996, foi o primeiro animal clonado com sucesso usando
esta técnica; mais especificamente, sendo clonada da célula do
úbere de uma ovelha adulta. Dolly morreu em 2003, aos 6 anos de
idade. Desde aquele nascimento, os cientistas usaram a transferência
nuclear de células somáticas para clonar mais ovelhas, bem como
vacas, ratos, ratos e cachorros, mas ninguém jamais conseguiu clonar
um primata não-humano, acrescentou Poo.
"Talvez
os núcleos somáticos diferenciados das espécies primatas sejam
incapazes de transmitir os genes necessários ao desenvolvimento
embrionário", afirmou.
Processo otimizado
Para
superar esse problema, os pesquisadores refinaram a técnica. Eles
otimizaram a transferência nuclear utilizando imagens com tecnologia
de ponta, e melhoraram a fusão da célula doadora ao óvulo durante
o processo de transferência.
"Este
é um procedimento muito difícil e delicado", disse Poo; Foram
necessários muitos anos de pratica nessas técnicas.
Mesmo
assim, os embriões reconstruídos não se desenvolviam
adequadamente. A virada do jogo, segundo os pesquisadores, ocorreu na
reprogramação dos núcleos doadores. Eles usaram epigenética para
fazer esta reprogramação, o que significa que não alteraram a
sequência de DNA em si, mas a maneira com que os genes individuais
foram expostos. Com esse método, reativaram os genes necessários
para o desenvolvimento embrionário. A tecnologia necessária para
fazer essa modulação epigenética foi desenvolvida nos últimos
anos, disse Zhen Liu, co-autor do estudo e pesquisador pós-doutorado
do Instituto de Neurociências. [6
espécies de animais extintos que podem ser trazidos de volta à
vida]
Usando
células de tecido conjuntivo, chamadas fibroblastos, dos fetos de
macacos de cauda longa (Macaca
fascicularis) como
doadores, os pesquisadores criaram 79 ovócitos clonados, que foram
implantados em 21 mães substitutas. Ocorreram seis gestações, e
duas foram desenvolvidas até o final, relataram os pesquisadores
(janeiro
24) na revista Cell.
Os
pesquisadores também tentaram clonar células de macacos adultos,
com menos sucesso. De 22 gestações em 42 substitutas, dois nasceram
vivos, mas os bebês morreram logo após o parto. O motivo, disse
Poo, é que provavelmente as células adultas sejam mais difíceis de
reprogramar do que as células fetais mais flexíveis. No entanto, a
equipe está trabalhando na técnica, e atualmente existem fêmeas
grávidas de fetos clonados de células de corpos adultos.
"Parecem
estar se desenvolvendo bem, então esperamos produzir bebês em
breve", disse ele.
Além
de serem mais fáceis de reprogramar nos estágios iniciais de
desenvolvimento, as células de fetos têm outras vantagens, Poo
informou: fibroblastos fetais são fáceis tanto para cultivar em
laboratório, como para editar geneticamente. O objetivo, ele disse,
é introduzir mutações genéticas do mesmo tipo que causam as
doenças humanas, como o Parkinson.
"Então,
os clones serão um modelo ideal para esse tipo de doença em
particular, e permitirão o desenvolvimento de medicamentos para
tratamentos", concluiu Poo.
Dentro
de um ano, os pesquisadores esperam produzir clones geneticamente
editados de macacos para uso nesse tipo de pesquisa.
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