segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Gravidez - Vitamina B3 pode ajudar a prevenir defeitos congênitos


 Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução

Uma dose extra de vitamina B3 pode ajudar a prevenir certos tipos de defeitos congênitos complexos, de acordo com um novo estudo. A vitamina pode ajudar a compensar defeitos na capacidade do corpo de fazer uma molécula denominada dinucleótido de nicotinamida adenina (NAD), que os pesquisadores ligaram pela primeira vez ao desenvolvimento fetal saudável em seres humanos. A descoberta levanta a possibilidade de que o aumento dos níveis de B3 nas dietas das mulheres grávidas possa ajudar a reduzir as taxas globais de defeitos congênitos.

A história começou com a busca de genes que poderiam causar defeitos cardíacos. Sally Dunwoodie, geneticista de desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Cardíaca Victor Chang, em Sydney, Austrália, e seus colegas, estudavam os genes que influenciam o desenvolvimento do coração, e por anos, os médicos os conectaram às famílias de crianças nascidas com problemas naquele órgão, para que a equipe tentasse identificar possíveis genes responsáveis. 

Em 2005, a equipe de Dunwoodie lidou com um caso particularmente grave: um bebê que apresentava defeitos no coração, espinha dorsal e costelas - os problemas nas costelas eram tão graves que os pulmões da criança não podiam inflar completamente. Os pesquisadores descobriram que na família, pai e mãe carregavam uma mutação em um gene relacionado à produção de NAD, uma molécula crucial para armazenamento de energia e síntese de DNA nas células, e o bebê afetado herdara duas cópias com a tal mutação.

Ainda não existiam relatos sobre o papel do NAD no desenvolvimento de coração ou osso, diz Dunwoodie. "Nós não sabíamos o que fazer com aquilo".

Em 2012, no entanto, a equipe encontrou uma mutação semelhante em uma família cujo bebê nascera com igual má-formação. Desta vez, o gene mutante estava envolvido no próximo passo da reação que produzia o NAD. "Esse foi o nosso momento 'Eureka' ", diz Dunwoodie. Ela e os colegas descobriram duas famílias cujos bebês, além de nascerem com defeitos congênitos semelhantes, apresentaram mutações nos mesmos dois genes. Recentemente, descreveram as mutações ocorridas em quatro famílias, no The New England Journal of Medicine.

Para confirmar o papel das mutações no desenvolvimento de órgãos e ossos, os pesquisadores manipularam os dois genes em ratos, para ver se apareciam defeitos congênitos semelhantes. No começo, todos os filhotes eram normais. Mas então, os pesquisadores perceberam que a comida-padrão dada aos ratos era rica em niacina, e que as células podiam usar niacina ou nicotinamida - ambas conhecidas como vitamina B3 - para fazer NAD por um caminho alternativo.

Assim, os cientistas deixaram de alimentar as ratas mutantes grávidas com a dieta-padrão. Muitos filhotes morreram no útero, e aqueles que sobreviveram, tiveram defeitos que se assemelhavam aos vistos nas crianças afetadas das quatro famílias. Dando às camundongas mutantes grávidas baixas doses de niacina, foram gerados filhotes com defeitos menos graves, enquanto uma dieta rica em niacina produziu ninhadas saudáveis. O trabalho sugere que os suplementos de B3 podem ajudar as famílias com mutações em genes relacionados ao NAD, prevenindo defeitos congênitos, ou talvez até tratando crianças já afetadas.

É claro, são necessários mais estudos em humanos antes dos médicos recomendarem suplementos B3 para mulheres grávidas, diz Matthew Vander Heiden, que estuda o papel do NAD em biologia do câncer, no Massachusetts Institute of Technology de Cambridge. Mas o trabalho abre uma nova e potencialmente excitante área de pesquisa para biólogos de desenvolvimento: tentar entender como o metabolismo celular afeta o desenvolvimento. Poucas pessoas suspeitariam que a deficiência do NAD seria a causa de defeitos congênitos, diz ele, mas é isso que indicam nossas descobertas sobre como o NAD pode influenciar o crescimento celular.

Os pesquisadores não têm certeza sobre como os níveis de NAD afetam o desenvolvimento, tendo em vista  a molécula desempenhar papel fundamental em diversas funções celulares diferentes. Pode ser que as células sem NAD suficiente não gerem a energia necessária para acompanhar o rápido ritmo de crescimento e divisão celular que o desenvolvimento requer. A molécula também ajuda as células a responderem a certos tipos de estresse. Mas Dunwoodie e Vander Heiden suspeitam que o papel que o NAD desempenha na síntese e reparo do DNA, pode ser especialmente importante. Eles observam que pacientes com anemia de Fanconi, uma doença em que o DNA se quebra facilmente, geralmente apresentam má-formações de nascimento, semelhantes às observadas nas famílias do estudo.

Dunwoodie diz que contou, pelo menos, 95 genes envolvidos nos níveis de NAD no corpo. É possível que mutações em qualquer um desses pacientes possam deixar um feto em desenvolvimento, vulnerável a defeitos congênitos, mesmo que nenhum dos pais tenha sintomas óbvios. A vitamina B3 extra na dieta de uma mãe poderia ajudar a compensar qualquer um dos genes defeituosos, diz ela.

Os médicos já recomendam que as mulheres consumam quantidades específicas de ácido fólico, ou vitamina B9, para evitar defeitos da medula espinhal, mas o novo trabalho não é suficiente para oferecer uma proposta similar para a B3. Os pesquisadores precisam aprender mais sobre como a gravidez influencia os níveis de NAD em geral, e qual é o nível saudável, diz Vander Heiden. É possível que a B3 extra em vitaminas pré-natais padrão, já seja a adequada. Muita niacina pode causar tonturas, náuseas e diarreia, mas doses baixas não têm efeitos colaterais conhecidos. "Há poucas desvantagens de adicionar um pouco de niacina às dietas das pessoas, diz ele, e se puder evitar até mesmo alguns defeitos de nascimento severos, é uma possibilidade muito interessante".


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Gretchen Vogel       texto original, clique aqui








segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Exame de sangue poderá detetar câncer em estágio inicial



Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução


Cientistas desenvolvem exame de sangue que detecta DNA derivado de tumores em pessoas com câncer em estágio inicial.



Um promissor teste de triagem poderia reduzir o excesso de exames para populações com maior risco de certos tipos de câncer.


Em uma tentativa não invasiva de detectar câncer em estágio inicial, os cientistas do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center informam que desenvolveram um teste que detecta no sangue pequenas quantidades de DNA específico desse tipo de doença. 

O procedimento foi utilizado em cerca de 138 pessoas, e em mais da metade, identificou com precisão câncer colorretal, de mama, de pulmão e ovário, relativamente precoces.

O teste, dizem os cientistas, é novidade na medida em que pode distinguir entre o depósito de DNA de tumores e outros DNAs alterados e confundidos com biomarcadores de câncer.

Um relatório sobre a pesquisa, realizada em sangue e amostras de tecido tumoral de 200 pessoas em todas as fases de câncer, nos Estados Unidos, Dinamarca e Holanda, foi publicado em 16 de agosto de 2017 na revista Science Translational Medicine.

"Esse estudo mostra que a identificação do câncer em estágios iniciais por meio das mudanças no DNA presente no sangue, é viável, e que nosso método de sequenciamento de alta precisão é uma abordagem promissora para atingir esse objetivo", diz Victor Velculescu, professor de oncologia no Kimmel Cancer Center.

Os exames de sangue para câncer são uma parte crescente da oncologia clínica, mas permanecem nos estágios iniciais de desenvolvimento. Para encontrar no sangue pequenos pedaços de DNA derivado de câncer, os cientistas freqüentemente usam como guia os erros genéticos que provocam as alterações de DNA encontradas nas biopsias de tumores, e procuram no sangue desses pacientes biopsiados essas mesmas alterações.

Para desenvolver um teste de triagem de câncer que pudesse ser usado com pessoas aparentemente saudáveis, os cientistas tiveram que encontrar novas maneiras de detectar alterações de DNA, ainda ocultas no sangue.

"O desafio era desenvolver um exame de sangue que pudesse detectar a presença provável de câncer, sem ainda conhecer as mutações genéticas  no tumor de uma pessoa", diz Velculescu.

O objetivo, acrescenta Jillian Phallen, estudante de pós-graduação no Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, que estava envolvida na pesquisa, era desenvolver um teste de triagem altamente específico para o câncer e preciso o suficiente para detectar a doença quando presente, reduzindo o risco de resultados "falsos positivos", que muitas vezes levam a excessos de testes desnecessários e a tratamentos inadequados.

Para desenvolver o novo teste, Velculescu, Phallen e seus colegas obtiveram amostras de sangue de 200 pacientes com câncer de mama, pulmão, ovário e colorretal. O exame nessas amostras procurou por mutações em 58 genes, amplamente ligadas a vários tipos de câncer.

Entre 42 pessoas com câncer colorretal, o teste previu corretamente a doença em 50 por cento dos pacientes no estágio I, 89 por cento dos pacientes no estágio II, 90 por cento dos pacientes no estágio III e 93 por cento no estágio IV. Para os pacientes com câncer de pulmão, o teste identificou corretamente o câncer entre 45% dos pacientes com doença no estádio I, 72% com doença no estádio II, 75% com estágio III e 83% com câncer no estágio IV.

Para 42 pacientes com câncer de ovário, o teste identificou 67 por cento do estágio I, 75 por cento do estágio II, 75 por cento do estágio III e 83 por cento com doença no estádio IV. Entre os 45 pacientes com câncer de mama, o teste detectou mutações derivadas de câncer em 67 por cento dos pacientes com doença de estágio I, 59 por cento com estágio II e 46 por cento com câncer de estágio III.

Em geral, os cientistas conseguiram detectar câncer em 86 dos 138 pacientes - 62 por cento dos estágios I e II, e não encontraram nenhuma das mutações derivadas de câncer em amostras de sangue de 44 indivíduos saudáveis.
Apesar destes resultados iniciais promissores na detecção precoce, o exame de sangue precisa ser validado em estudos de um número muito maior de pessoas, dizem os cientistas.

Velculescu e sua equipe também realizaram sequenciação genômica independente em tumores removidos de 100 dos 200 pacientes com câncer, e descobriram que 82 por cento apresentavam mutações que se correlacionavam com as alterações genéticas encontradas no sangue.

Ele diz que as populações que poderiam se beneficiar de um exame de sangue com base em DNA, incluem aquelas com alto risco de câncer, como os fumantes, cujas tomografias computadorizadas padrão para identificar câncer de pulmão, geralmente leva a falsos positivos, e mulheres com mutações hereditárias para mama e câncer de ovário dentro dos genes BRCA1 e BRCA2.

Vanessa Wasta

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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Avanços da Ciência contra o envelhecimento


DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS - EXERCÍCIO DE TRADUÇÃO



RESUMO
Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein de Nova York divulgou um avanço na pesquisa anti-envelhecimento. Suas descobertas sugerem que o hipotálamo é crucial para controlar o envelhecimento e as doenças relacionadas à idade.

A CHAVE ESTÁ NO CÉREBRO
Pesquisadores do Albert Einstein, em Nova York, testaram com sucesso um novo procedimento em camundongos que poderia ajudar a controlar as doenças relacionadas com a idade e até mesmo o envelhecimento em si. Na matéria divulgada pela revista Nature, os pesquisadores relataram a descoberta do papel crucial que o hipotálamo - a região do cérebro responsável pelos processos hormonais e metabólicos do corpo - desempenha no envelhecimento.

"Nossa pesquisa mostra que o número de células-tronco neurais hipotalâmicas, naturalmente diminui ao longo da vida do animal, e esse declínio acelera o envelhecimento", disse o pesquisador Dongsheng Cai, em um comunicado à imprensa. Eles descobriram, no entanto, que o processo não é irreversível.

A fim de descobrir se o desaparecimento das células-tronco neurais foi causado (ou devido ao) envelhecimento, eles injetaram nos ratos uma toxina que matou 70 por cento dessas células-tronco neurais. "Esta ruptura aumentou muito o envelhecimento em comparação com o grupo de ratos de controle, e aqueles animais com células-tronco interrompidas morreram antes do normal", explicou Cai.

Em um segundo experimento, os pesquisadores implantaram células-tronco novas no cérebro de ratos mais velhos. Isso prolongou a vida dos camundongos em 10 a 15 por cento, mantendo-os fisicamente e mentalmente em forma durante vários meses.

CONTROLANDO O ENVELHECIMENTO

Anteriormente, outros pesquisadores sugeriram um papel para o hipotálamo no processo de envelhecimento - embora nunca antes tenha sido identificado com tanta clareza. A equipe de Cai parece ter fornecido o elo perdido, o que poderia impulsionar significativamente a pesquisa anti-envelhecimento. "É uma grande descoberta", disse David Sinclair na Harvard Medical School ao The Guardian. "É um avanço. O cérebro controla quanto tempo vivemos ".

As pesquisas no campo do envelhecimento aumentaram ao longo dos últimos anos à medida que os cientistas solidificaram a ideia de que o envelhecimento em si, é uma doença que pode e deve ser curada. Talvez não seja surpreendente que muitos destes tratamentos potenciais tenham como objeto alguma função do cérebro. Um estudo examina as mitocôndrias, enquanto outros observam drogas que já estão sendo usadas para tratarem os efeitos do envelhecimento. Um estudo está explorando o potencial anti-envelhecimento das transfusões, usando sangue jovem.


Para a pesquisa de Cai, o próximo passo é testar o procedimento em seres humanos, e a equipe quer iniciar ensaios clínicos em breve. No entanto, isso pode ser um longo caminho. "É claro que os humanos são mais complexos", disse Cai, falando também com o The Guardian. "No entanto, se o mecanismo for fundamental, você poderá esperar ver efeitos de sua aplicação".

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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O retorno à Lua e um futuro com carbono zero

Disseminando informações - Exercício de tradução



A IMPORTÂNCIA DE UMA NOVA MISSÃO PARA GARANTIR UM FUTURO COM ZERO EMISSÃO DE CARBONO.



"O importante para o governo não é fazer coisas que os indivíduos já estão fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior; mas fazer aquelas coisas que, no presente, não são feitas de maneira alguma "
- John Maynard Keynes

Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisaram na lua. Quarenta e oito anos depois, o desembarque lunar continua a ser uma das maiores conquistas da humanidade. Mas o "passo gigante para a humanidade" não foi apenas um evento simbólico - teve grandes repercussões para a vida na Terra.

Quando John F. Kennedy anunciou o objetivo de enviar um americano para a Lua em 1961, iniciou-se um frenesi de inovação em toda a economia dos EUA. O trabalho pioneiro da NASA levou a grandes avanços tecnológicos em áreas como eletrônicos e computação, o que gerou impactos em toda a economia. Sem a pesquisa e o desenvolvimento incentivados com a viagem à lua, muitas das principais empresas tecnológicas de hoje talvez não tivessem sido fundadas, e o mundo provavelmente seria um lugar muito diferente.

O programa lunar é um exemplo bem sucedido de política "orientada para a missão". Em vez de se concentrar em setores específicos - como na política industrial tradicional - a política orientada para a missão se concentra na superação de um desafio comum a toda uma sociedade. Envolve o pensamento estratégico sobre a direção em que queremos avançar e o tipo de instituições e tecnologias que precisamos para chegar lá.

A importância da política orientada para a missão reside no fato de que a inovação tem uma taxa e uma direção. A direção pode ser deixada para a mão invisível do mercado, ou pode ser ativamente orientada pelos formuladores de políticas para moldar novos futuros. Se o governo dos EUA não definisse o objetivo de colocar um homem na lua, a tecnologia que nos levou lá provavelmente nunca teria sido desenvolvida, e certamente não dentro do mesmo período. Guiados pela lógica da maximização do lucro, não havia incentivo para o setor privado assumir a tarefa. Os recursos necessários, e os riscos envolvidos, eram simplesmente muito grandes.

Os economistas geralmente saúdam a empresa privada como o motor da inovação. Mas quando se tratam de grandes avanços tecnológicos do século passado, a realidade é que a maior parte do investimento pesado foi feito pelo estado. Como Mariana Mazzucato destacou, muitos dos avanços mais ousados ​​da humanidade - desde internet e microchips, até a biotecnologia e a nanotecnologia - só foram possíveis por investimentos do setor público nos estágios iniciais. Em cada uma dessas áreas, o setor privado só entrou muito mais tarde, acompanhando os avanços tecnológicos tornados possíveis por investimentos públicos de longo prazo e de alto risco.

Mas, durante décadas, a política na Grã-Bretanha foi guiada por uma suposição de que o mercado conhece melhor. Isso além de resultar em uma economia fraca e desequilibrada, fez com que as tentativas de inovação muitas vezes se concentrassem em encontrar formas cada vez mais sofisticadas de extrair valor - não criá-lo. 

Enquanto no final da década de 1960, as mentes mais brilhantes do mundo se inspiraram para trabalhar na exploração espacial. No ano 2000, predomina a sedução pelo mundo da feitiçaria financeira. 

Uma enorme quantidade de força intelectual foi dedicada a inventar instrumentos financeiros incrivelmente complexos e "socialmente inúteis". Essas invenções - embora inegavelmente inovadoras - alimentaram uma crise financeira global e, finalmente, acabaram destruindo mais valor do que jamais criaram. 
Os "inovadores" receberam grandes recompensas, enquanto o contribuinte foi deixado com os restos.

 A lição aqui é que a direção da inovação é importante e, portanto, devemos orientar nossos recursos - humanos e financeiros - para atividades que ajudem a resolver problemas sociais reais.

Hoje enfrentamos muitos desafios, mas talvez nenhum deles seja mais urgente do que a mudança climática. A era dos combustíveis fósseis e a produção em massa, geraram uma riqueza sem precedentes, mas o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera levou a um planeta quente. Se permitimos que a temperatura média aumente mais de 2 ° C acima do nível pré-industrial, então o resultado será um dano devastador e irreversível para nosso ambiente e ecossistemas.

Ao contrário dos desembarques na lua, superar esses desafios não é apenas uma questão de curiosidade científica ou supremacia ideológica - é crucial para a sobrevivência da vida como a conhecemos. Mas, como os desembarques na lua, o desafio é tecnológico. Mais do que qualquer outra coisa, superar isso significa encontrar uma maneira de desvincular nossa economia de combustíveis fósseis sem prejudicar os padrões de vida. A política deve, portanto, ser orientada em torno de uma nova missão - fazer uma transição rápida para uma economia de zero carbono.

Para ter sucesso, é preciso haver um enorme investimento em pesquisa e desenvolvimento, e uma transformação radical dos nossos sistemas de energia, transportes e economia. Como antes, a velocidade e a escala da tarefa significam que ela deve ser conduzida pelo estado. Mas na Grã-Bretanha, quatro décadas de neoliberalismo isolaram a capacidade do setor público. Por conseguinte, devem ser tomadas medidas para reconstruir as instituições existentes do setor público e aumentar a sua capacidade de pensar e agir de forma importante. Mas também precisamos estabelecer novas instituições de pesquisa "focadas em missão" para liderar a transição tecnológica. Uma deles poderia ser encarregada de acelerar a revolução da energia, focalizando a pesquisa sobre geração renovável, armazenamento e redes inteligentes, enquanto à outra poderia ser dado um mandato mais amplo para pesquisar novas tecnologias que minimizem o uso de materiais e energia. Com o modelo da NASA, esses órgãos seriam encorajados a experimentar e assumir riscos, e devem ser generosamente financiados para garantir que possam atrair os melhores talentos.

Incentivos e parcerias devem ser estabelecidos para assegurar que o setor privado desempenhe um papel complementar na comercialização e implantação de novas tecnologias, e com recompensas adequadamente compartilhadas com o estado. As famílias devem ser subsidiadas para descarbonizar casas dentro de um determinado período de tempo, através de adaptação verde e novas instalações de energia. Os benefícios disso não só seriam ambientais - uma descarbonização sistêmica de toda a economia criaria milhares de novos empregos de alta remuneração em todo o país.

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sábado, 5 de agosto de 2017

As traduções do Facebook e o poder da Inteligência Artificial (AI)


Todos os dias são realizadas 4,5 bilhões de traduções automáticas pelo Facebook - e desde 03/08/2017, todas estão sendo efetuadas com a utilização das chamadas redes neurais.  Anteriormente, o site de redes sociais usava o modelo simples das tradicionais ferramentas de tradução, baseado em frases, agora, o método é mais avançado.  "Criar experiências de traduções perfeitas e altamente precisas para os 2 bilhões de pessoas que usam o Facebook é difícil", explicou a empresa em uma postagem no blog. "Precisamos explicar contextos, gírias, erros de digitação, abreviaturas e intenções, simultaneamente".
A grande diferença entre o sistema antigo e o novo é a capacidade de atenção. Enquanto o sistema baseado em frase traduzia frases, palavra por palavra, ou olhando frases curtas, as redes neurais consideram frases inteiras ao mesmo tempo. Elas fazem isso usando um tipo particular de componente de aprendizado de máquina, conhecido como LSTM ou rede de memória de longo prazo.
Os benefícios são bastante claros. Compare estes dois exemplos do Facebook de uma tradução do turco para Inglês. No método antigo temos o sistema baseado em frases, e logo depois, o novo sistema de tradução. Você poderá ver como levar em conta o contexto completo da oração produz um resultado mais preciso.

Método Antigo:  O motivo de você, Izmir, a eles ter dito não, não esperávamos que entendessem.  (NOTA DO TRADUTOR: A primeira tradução turco/inglês feita pela máquina fica quase incompreensível.)









Método Atual: Nós não esperávamos que eles entendessem o motivo de Izmir ter dito não. (Nota do Tradutor: Perfeita, nada a se mexer).
"Com o novo sistema, vimos um aumento relativo médio de 11 por cento na BLEU (* bilingual evaluation understudy) - uma métrica amplamente utilizada para julgar a precisão da máquina de tradução - em todas as línguas, em comparação com os sistemas baseados em frase", declarou a empresa.
Quando uma palavra em uma frase não tem uma tradução correspondente direta na linguagem de destino, o sistema neural gerará um espaço reservado para a palavra desconhecida. Uma tradução dessa palavra é procurada em uma espécie de dicionário interno construído a partir dos dados de treinamento do Facebook, e a palavra desconhecida é substituída. Isso permite que abreviaturas como "tmrw" sejam traduzidas para o significado pretendido - "tomorrow".
"As redes neurais abrem muitos caminhos para desenvolvimento futuros relacionados à adição de contexto adicional, como uma foto que acompanha o texto de uma publicação, para criar melhores traduções", afirmou a empresa. "Nós também estamos começando a explorar modelos multilíngues que podem traduzir simultaneamente diferentes idiomas".
* algoritmo para avaliação da qualidade de um texto.