segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Exame de sangue poderá detetar câncer em estágio inicial



Disseminando conhecimentos - Exercício de tradução


Cientistas desenvolvem exame de sangue que detecta DNA derivado de tumores em pessoas com câncer em estágio inicial.



Um promissor teste de triagem poderia reduzir o excesso de exames para populações com maior risco de certos tipos de câncer.


Em uma tentativa não invasiva de detectar câncer em estágio inicial, os cientistas do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center informam que desenvolveram um teste que detecta no sangue pequenas quantidades de DNA específico desse tipo de doença. 

O procedimento foi utilizado em cerca de 138 pessoas, e em mais da metade, identificou com precisão câncer colorretal, de mama, de pulmão e ovário, relativamente precoces.

O teste, dizem os cientistas, é novidade na medida em que pode distinguir entre o depósito de DNA de tumores e outros DNAs alterados e confundidos com biomarcadores de câncer.

Um relatório sobre a pesquisa, realizada em sangue e amostras de tecido tumoral de 200 pessoas em todas as fases de câncer, nos Estados Unidos, Dinamarca e Holanda, foi publicado em 16 de agosto de 2017 na revista Science Translational Medicine.

"Esse estudo mostra que a identificação do câncer em estágios iniciais por meio das mudanças no DNA presente no sangue, é viável, e que nosso método de sequenciamento de alta precisão é uma abordagem promissora para atingir esse objetivo", diz Victor Velculescu, professor de oncologia no Kimmel Cancer Center.

Os exames de sangue para câncer são uma parte crescente da oncologia clínica, mas permanecem nos estágios iniciais de desenvolvimento. Para encontrar no sangue pequenos pedaços de DNA derivado de câncer, os cientistas freqüentemente usam como guia os erros genéticos que provocam as alterações de DNA encontradas nas biopsias de tumores, e procuram no sangue desses pacientes biopsiados essas mesmas alterações.

Para desenvolver um teste de triagem de câncer que pudesse ser usado com pessoas aparentemente saudáveis, os cientistas tiveram que encontrar novas maneiras de detectar alterações de DNA, ainda ocultas no sangue.

"O desafio era desenvolver um exame de sangue que pudesse detectar a presença provável de câncer, sem ainda conhecer as mutações genéticas  no tumor de uma pessoa", diz Velculescu.

O objetivo, acrescenta Jillian Phallen, estudante de pós-graduação no Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, que estava envolvida na pesquisa, era desenvolver um teste de triagem altamente específico para o câncer e preciso o suficiente para detectar a doença quando presente, reduzindo o risco de resultados "falsos positivos", que muitas vezes levam a excessos de testes desnecessários e a tratamentos inadequados.

Para desenvolver o novo teste, Velculescu, Phallen e seus colegas obtiveram amostras de sangue de 200 pacientes com câncer de mama, pulmão, ovário e colorretal. O exame nessas amostras procurou por mutações em 58 genes, amplamente ligadas a vários tipos de câncer.

Entre 42 pessoas com câncer colorretal, o teste previu corretamente a doença em 50 por cento dos pacientes no estágio I, 89 por cento dos pacientes no estágio II, 90 por cento dos pacientes no estágio III e 93 por cento no estágio IV. Para os pacientes com câncer de pulmão, o teste identificou corretamente o câncer entre 45% dos pacientes com doença no estádio I, 72% com doença no estádio II, 75% com estágio III e 83% com câncer no estágio IV.

Para 42 pacientes com câncer de ovário, o teste identificou 67 por cento do estágio I, 75 por cento do estágio II, 75 por cento do estágio III e 83 por cento com doença no estádio IV. Entre os 45 pacientes com câncer de mama, o teste detectou mutações derivadas de câncer em 67 por cento dos pacientes com doença de estágio I, 59 por cento com estágio II e 46 por cento com câncer de estágio III.

Em geral, os cientistas conseguiram detectar câncer em 86 dos 138 pacientes - 62 por cento dos estágios I e II, e não encontraram nenhuma das mutações derivadas de câncer em amostras de sangue de 44 indivíduos saudáveis.
Apesar destes resultados iniciais promissores na detecção precoce, o exame de sangue precisa ser validado em estudos de um número muito maior de pessoas, dizem os cientistas.

Velculescu e sua equipe também realizaram sequenciação genômica independente em tumores removidos de 100 dos 200 pacientes com câncer, e descobriram que 82 por cento apresentavam mutações que se correlacionavam com as alterações genéticas encontradas no sangue.

Ele diz que as populações que poderiam se beneficiar de um exame de sangue com base em DNA, incluem aquelas com alto risco de câncer, como os fumantes, cujas tomografias computadorizadas padrão para identificar câncer de pulmão, geralmente leva a falsos positivos, e mulheres com mutações hereditárias para mama e câncer de ovário dentro dos genes BRCA1 e BRCA2.

Vanessa Wasta

Texto original, clique aqui                     traduções de livros publicados

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