segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Efeitos do bilinguismo sobre o cérebro

Bilingual Effects in the Brain / O efeito bilíngue no cérebro

Translated from original in english at:

https://www.nih.gov/news-events/nih-research-matters/bilingual-effects-brain

 Bilingual Effects in the Brain / O efeito bilíngue no cérebro

Um novo estudo descobriu que certas funções cerebrais são aprimoradas em adolescentes fluentes em mais de um idioma. A descoberta nos dá uma nova visão de como os sentidos ajudam a moldar o cérebro.

Cerca de uma em cada cinco crianças em todo o país fala uma língua diferente do inglês em casa. As crianças que crescem aprendendo a falar 2 idiomas tendem a aprender palavras inglesas e gramatica mais lentamente do que aquelas que falam apenas o inglês. Mas estudos descobriram que crianças bilíngues tendem a ser melhores em multitarefas do que crianças monolíngues. Elas também são melhores em focar a atenção - por exemplo, em determinada voz dentro de uma cafeteria barulhenta da escola.

A Dra. Nina Kraus e seus colegas da Northwestern University têm empregado eletrodos de cabeça para analisar a atividade nos circuitos cerebrais que processam sons complexos (chamada de resposta auditiva do tronco cerebral). Eles notaram que os músicos mostram vantagens de atenção e memória semelhantes às vistas em bilíngues. Em trabalhos anteriores, os pesquisadores descobriram que os músicos aprimoraram as respostas auditivas do tronco encefálico ao tempo e às harmônicas do som. Os cientistas decidiram testar se adolescentes bilíngues, cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento, também mostrariam uma resposta melhorada a sons complexos.

Os pesquisadores estudaram 48 alunos do primeiro ano do ensino médio, 23 dos quais eram proficientes em espanhol e inglês. Os demais eram proficientes apenas em inglês. O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD) Eunice Kennedy Shriver. Os resultados apareceram na edição on-line antecipada de 30 de abril de 2012 dos Anais da Academia Nacional de Ciências.

Os pesquisadores tocaram a sílaba “da” para os adolescentes, usando eletrodos para registrar a intensidade de sua resposta auditiva do tronco encefálico. Os bilíngues mostraram uma resposta maior que os monolíngues. Quando o som foi tocado em meio a um fundo ruidoso, os adolescentes monolíngues tiveram uma resposta menos intensa do que quando não havia ruídos no ambiente. Em contraste, os bilíngues mostraram respostas praticamente idênticas, com e sem a balburdia ao fundo.

Em outro experimento, os adolescentes receberam um teste de atenção seletiva no qual foram solicitados a clicar em um mouse quando o número 1, mas não o 2, fosse visto ou ouvido. O teste envolveu 500 tentativas de 1 ou 2 segundos cada, durante um período de 20 minutos. Os adolescentes bilíngues superaram os colegas monolíngues nesse teste.

Os pesquisadores, então, compararam os resultados dos dois conjuntos de experimentos. Entre os adolescentes bilíngues, a intensidade da resposta auditiva do tronco encefálico durante o teste de balburdia, correlacionou-se com os escores dos testes de atenção. Em contraste, não houve correlação entre os adolescentes monolíngues. Esses resultados sugerem que a experiência bilíngue pode ajudar a melhorar a atenção seletiva, reforçando a resposta auditiva do tronco encefálico.

O bilinguismo serve como enriquecimento para o cérebro, e tem consequências reais quando se trata da função executiva, especificamente atenção e memória de trabalho”, diz Kraus. A equipe planeja explorar se aprender uma língua mais tarde na vida pode trazer benefícios semelhantes.

"O bilíngue manipula a informação linguística e, ao que tudo indica, automaticamente presta mais atenção aos sons relevantes versus irrelevantes", diz o membro da equipe, Dr. Viorica Marian.

“Em vez de promover a confusão linguística, o bilinguismo promove um melhor 'controle inibitório', ou a habilidade de escolher sons de fala relevantes e ignorar os outros.”

-por Harrison Wein, Ph.D.

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