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com um “não” pode parecer uma "voadora" no rosto... a
menos que você saiba como fazer isso!
Como Dizer Não
Publicado em
Tradução: Eduardo Rodrigues
Algumas coisas que você não imaginava ter que reaprender quando adulto. Da próxima vez que estiver perto de uma criança, preste atenção em quão rápido elas ficam boas em dizer não.
Nós, adultos, deveríamos ser ótimos nisso, mas não somos. Dizer não, especialmente no trabalho, não é fácil. Pode parecer um fracasso — como se não estivéssemos sendo aquela pessoa que deveríamos ser. A mensagem tóxica é que ser uma pessoa colaborativa exige que você diga sim a qualquer coisa.
Acima de tudo, você pode não sentir que tem autoridade para soltar um não. Organizações excessivamente hierárquicas e empresas com deficiências de confiança têm interesse em nos convencer disso: "As decisões são para líderes, pessoal! Não para vocês!"
A verdade é que dizer um não é saudável e necessário. O truque para fazê-lo bem é reconhecer que sim/não é um espectro, e um bom não deixa o solicitante com a sensação de que recebeu um sim.
Existem três técnicas simples para dizer não de forma eficaz. Empregar tais técnicas lhe dá poder e legitimidade, promove a colaboração e gera impacto. Qualquer um pode fazer isso
A dor do não
Se você acha difícil dizer não, tente escutá-lo.
Quando alguém lhe pede algo, está se expondo. Quando você diz não, mesmo que não tenha a intenção, está criando dissonância cognitiva. E como psicóloga social, posso dizer que a dissonância cognitiva é como um chute voador na psique.
A dissonância cognitiva é o estresse causado por encontrar algo contraditório com suas crenças. Décadas de pesquisa destacaram o incrível caminho que as pessoas terão que percorrer para viver em um mundo estável e consistente.
Fazemos escolhas diferentes, por exemplo, procurando pessoas e informações específicas (ver, por exemplo, bolhas de filtro e viés de confirmação). Também racionalizamos e reinterpretamos as mensagens para criar um mundo consistente e feliz no qual queremos viver.
Quando queremos dizer não, teremos todas essas forças poderosas contra nós. Nem sempre é um lugar bonito ou seguro para se estar.
Mas fica ainda pior. Se interpretarmos o não como um tipo de rejeição social, pesquisas sugerem que nossa resposta neurológica pode ser a mesma de quando sentimos dor física. Portanto, um não não é apenas um chute metafórico, pode parecer literal.
Por que dizer não?
Com medo? Não fique. A razão para entender o quão difícil pode ser ouvir não é para enfatizar a importância em ser bom nisso. Estou longe de ser a primeira a abordar o assunto.
Entre as muitas boas razões para dizer não, vou me concentrar em apenas três:
Impacto Dizer não ao que não importa é como trabalhamos nas coisas certas. Muitos pedidos não valem o tempo que levou para fazê-los, e efetivamente dizer não nos ajuda a gastar nosso tempo com as coisas que realmente importam.
Evitar o esgotamento. Todos merecem ser copiloto em sua própria carga de trabalho. Claro, às vezes todos nós temos que dizer sim mais vezes do que gostaríamos. Mas, de forma consistente, ficar realmente bom em dizer não nos impede de nos queimarmos ou de nos espalharmos demais.
LIDERANÇA Ao contrário do que alguns podem pensar, aprender a gerenciar o não é um sinal de liderança forte. Você se estabelece como uma pessoa produtiva, orientada para a ação e com ideias. Você é criativo, colaborativo e reúne pessoas e ideias.
Não conclua de tudo isso que você deva receber todos os pedidos com uma parede de tijolos. Trabalhei com muitas pessoas (horríveis) que achavam que parecer inteligente significava minar todas as ideias que surgiam em seu caminho.
Na realidade, você quase nunca deve começar com não. Incentive, envolva, mostre interesse e apoio. Lembre-se de que sim/não geralmente não é uma dicotomia, é um espectro. Seu trabalho é tomar uma decisão sobre onde você vai parar no espectro, dadas as necessidades deles, suas necessidades e o contexto.
Os Tipos de Não
Existem três tipos de não que funcionam bem em quase todas as situações. Da próxima vez que quiser dizer não, experimente um desses. Em breve, você se tornará um participante mais ativo em todas as decisões que o cercam.
O Sim Não é de longe a estratégia mais comum. Você está dizendo sim para a necessidade, mas não para a pergunta. Tudo começa com perguntas. Perguntas não críticas ou céticas, mas abertas me dizem mais sobre esse tipo de questão. O objetivo é fazer a pessoa falar. Especificamente, você quer que eles falem sobre por que estão pedindo algo. Alerta de spoiler — provavelmente não é pelo motivo que você (ou eles) pensaram inicialmente.
Assim, por exemplo, um gerente de engenharia pede um projeto de pesquisa de retorno rápido que não faz sentido no início. Depois de fazer algumas perguntas, no entanto, você encontra uma maneira de inseri-las em um projeto existente. Juntos, vocês concordam com uma análise rápida de um estudo anterior para satisfazer a necessidade urgente. Você não fará a coisa que a pessoa pediu, mas deixará que ela se sinta como se você tivesse dito sim.
Ou talvez um gerente de produto venha até você pedindo algumas mudanças específicas no design. Você já trabalhou em mudanças semelhantes antes, então está relutante em fazer isso mais uma vez. Novamente com as perguntas, você descobre que um novo diretor de produto é a fonte da ideia. O gerente de produto precisa de uma vitória e você tem uma oportunidade de construir relacionamentos. Você monta um protótipo rápido dos designs anteriores e, em parceria com o GP, o apresenta ao novo diretor. Vocês dois parecem heróis.
Não seria uma boa ideia cavar um buraco com as próprias mãos, não importa quem estivesse perguntando. Pessoas razoáveis precisam de ferramentas e materiais. Claro, seja criativo com o que está disponível. Há muitas maneiras de cavar um buraco! Pedir uma retroescavadeira quando você só precisava de uma pá afiada pega mal, mas também pegaria mal usar apenas as unhas.
Portanto, o truque simples aqui não é dizer não, mas dizer sim com uma lista apropriada de materiais.
Com certeza, eu adoraria ajudar com isso. Vamos discutir o que eu preciso para começar.
Você pode precisar de uma especificação de produto. Pode necessitar de reuniões agendadas com as partes interessadas ou de um pontapé inicial. Pode precisar de acesso a dados ou a algum orçamento. Ou talvez o momento não seja o mais adequado. Você primeiro precisa ver o roteiro do próximo trimestre ou os resultados de um teste A/B em andamento.
É preciso ter cuidado para não segurar o pedido esperando o ideal. Claro, seria fantástico se cada pedido viesse com um conjunto perfeito de materiais. Isso não é realista. Às vezes temos que fazer o nosso melhor com o disponível. Mas definir um conjunto de materiais que o projeto precisa para ter sucesso é apenas exercer uma boa liderança.
Com o Não Material, às vezes você acaba fazendo o projeto, às vezes não. Tudo bem! Normalmente, ou você conseguiu o que precisava para ter sucesso, ou atrasou o projeto até ficar óbvio que ninguém precisava dele de qualquer maneira. Dupla vitória.
Esta técnica é um simples aceno às leis da física.
Sim, estou feliz em assumir esse projeto. Qual coisa isso deve substituir na lista de prioridades?
Você está transformando um pedido em uma conversa sobre o que é mais importante, o que é algo bem característico de um líder.
Claro, tudo isso requer que você realmente tenha uma lista de prioridades — algo que eu realmente recomendo. Classifique seu trabalho em termos de urgência e importância. Socialize a lista com as partes interessadas. Deixe claro de que está fortemente ligado a tópicos como roteiros e metas. Atualize isso com frequência.
Se você fez um bom trabalho nessa atualização, quando surge uma nova solicitação, é muito mais fácil avaliá-la de forma colaborativa em relação às coisas que já estão sob sua alçada.
Apesar de tudo isso, provavelmente ainda encontrará a temida “solicitação executiva” — um pedido que se presume viver fora do espaço-tempo porque alguém mais alto no organograma o fez. Muitas vezes, isso significa que você é obrigado a fazer aquilo. Tá bom. Significa apenas que a demanda pode pular para o topo da sua lista. O resto será empurrado para baixo. Se alguém não gostar disso, bem… você pode indicar com quem reclamar!
Um Não Real e Ao Vivo
Quando tudo está dito e feito, às vezes será necessário jogar na cara. Um forte e duro não.
O mais importante é explicar por que você está dizendo não. Se fizer isso de forma clara e ponderada, a outra pessoa pode não concordar, mas geralmente respeitará sua escolha. A conversa pode até levar a uma terceira ideia produtiva que ambos podem ter.
Tenha cuidado ao disparar esse duro não. Todos nós gostaríamos de pensar que o melhor argumento vence, e se o seu for melhor, não importa que você diga não ao pior. Na realidade, não funciona dessa maneira. Um não é como um saque. Se o seu saldo já é zero, você será apenas uma carinha triste na frente do caixa eletrônico.
Mas lembre-se de que um bom não pode parecer um sim. Pratique essas técnicas e, quando chegar a hora de dizer um verdadeiro não, você terá acumulado muito equilíbrio. Gaste-o com sabedoria.
Fonte: https://medium.com/onebigthought/how-to-say-no-9e4c9483e1ba
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