Por Ryan Whitman
São conhecidos mais de 4.000 exoplanetas orbitando outras estrelas, entretanto, quando se trata de planetas errantes (sem uma estrela para chamar de lar), os astrônomos conhecem apenas uns poucos. Um estudo bem recente revela ter descoberto um desses raros corpos celestes, e, ao que tudo indica, do tamanho da nossa Terra. Se confirmado, o planeta conhecido como OGLE-2016-BLG-1928, pode ser o grande marco em nossos esforços para descobrir tais mundos errantes.
Embora os cientistas afirmem que tais planetas sejam bem comuns no universo, não é tarefa fácil localizá-los. Não dispomos de tecnologia para obter imagens diretas dos exoplanetas, sendo necessário estudar as órbitas das estrelas para detectá-los. O extinto telescópio espacial Kepler detectou mais de 2.500 exoplanetas, e esse número continua a aumentar à medida que os cientistas analisam seus dados. O Kepler utilizava o chamado método de trânsito, que consiste em observar as estrelas em busca de diminuição do brilho conforme um planeta passa na frente delas. Os cientistas também usaram medições de velocidade radial de estrelas para procurar pequenas oscilações causadas pela massa dos planetas.
Sem uma estrela hospedeira, localizar planetas fica muito mais difícil. O projeto Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE) encontrou o potencial planeta invasor usando micro lente gravitacional, bem semelhante ao método de trânsito. Esta abordagem monitora a luz de uma estrela distante na esperança de que um objeto massivo, como um planeta, passe na frente dela. Embora a estrela e o planeta possam estar a muitos anos-luz de distância, o planeta curva ou "turva" a luz da estrela de nossa perspectiva na Terra. Isso pode revelar a massa e o tamanho do objeto em primeiro plano, mas apenas se você estiver olhando no lugar certo e na hora certa.
Andrzej Udalski, do projeto OGLE, observa que você poderia assistir a uma única estrela por um milhão de anos e apenas ver um único evento de lente. Felizmente, Udalski e sua equipe não tiveram que olhar estrela por estrela. Eles usaram o Observatório Las Campanas no Chile, que rastreia milhões de estrelas na direção do centro galáctico diariamente. Ao analisar esses dados, a equipe OGLE identificou um evento de lentes denominado OGLE-2016-BLG-1928. Com apenas 42 minutos de duração, é a menor detecção já registrada. Isso sugere que o planeta, se realmente for isso, teria um tamanho entre o da Terra e o de Marte.
A equipe acredita que este objeto é um planeta invasor porque não há estrelas conhecidas às quais ele possa ser conectado. Os dados também não mostraram nenhuma fonte de luz dentro de oito unidades astronômicas do evento de lente. Outros pesquisadores precisarão confirmar se este objeto é um planeta antes de entrar nos livros de história, mas se as teorias atuais estiverem certas, existem incontáveis milhões de objetos semelhantes esperando para serem descobertos.
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