Kathy Copeland Padden -
É viciada em política e apaixonada por História.
Alterna, aleatoriamente, ataques de mau humor e surtos de ironia enquanto testemunha
o Apocalipse. Vamos em frente!
“Se alguém me censurar e perguntar por que não recorri aos tribunais regulares de justiça, tudo o que posso dizer é o seguinte: Neste momento fui responsável pelo destino do povo alemão e, portanto, tornei-me o juiz supremo dessa gente."
- Adolf Hitler 13 de julho de 1934
Quando Hitler subiu ao poder no início de 1933, muito de seu sucesso se deu graças à força da sua truculenta tropa de assalto nazista, a SA (Sturmabteilung), um exército violento e implacável chefiado por Ernst Röhm, amigo e devoto de longa data. Röhm e seus "Storm Troopers" levaram a Alemanha à submissão ao tomar o controle das ruas no estilo gangster e eliminar violentamente qualquer um dos inimigos políticos de Hitler.
No entanto, em 1934, uma força revolucionária ameaçadora como a SA não era mais necessária, uma vez que Hitler estava consolidado no poder. Hitler queria “se tornar legítimo” e conquistar os generais do exército regular, os líderes da indústria, bem como o povo alemão. Quase ninguém na Alemanha gostava da SA, considerados, e com razão, um bando de valentões e assassinos. Hitler sabia que para aumentar e solidificar o próprio poder, precisava reduzir a força desse grupo violento.
Em abril de 1934 Hitler e o chefe do exército alemão, Werner von Blomberg, firmaram um pacto secreto. Hitler prometeu ao exército de Blomberg o controle absoluto dos militares e a precedência sobre a SA. Em troca, Blomberg prometeu o apoio do exército à reivindicação da presidência por Hitler quando o presidente da Alemanha, Paul von Hindenburg, de 86 anos e já visivelmente em declínio, saísse de cena.
Röhm fizera inimigos poderosos no partido nazista, entre eles Heinrich Himmler e Herman Gõring, que faziam parte da SS (Schutzstaffel), uma organização que agia como guarda-costas pessoais de Hitler. Tais integrantes da SS começaram a buzinar no ouvido de Hitler que Röhm planejava um golpe, e apresentaram evidências falsas para apoiar essa falsa alegação.
A SA estava cada vez mais agitada em razão da severa redução de suas responsabilidades, e a tensão era alta entre os líderes do exército alemão e a liderança da SA. Mesmo assim, Hitler relutava em agir contra seu velho amigo Röhm.
Quando Hitler se encontrou com o presidente alemão Paul von Hindenburg, em 21 de junho de 1934, o velho líder estava muito mal de saúde e confinado a uma cadeira de rodas, apesar disso sua mente continuava afiada como sempre. Ele informou bruscamente a Hitler e ao ministro da Defesa Blomberg que a SA deveria ser posta de lado o mais rápido possível. Do contrário, von Hindenburg declararia a lei marcial na Alemanha e deixaria o exército comandar o show, o que significaria o fim do partido nazista.
O destino de Ernst Röhm e da SA foi selado a partir daquele momento.
Na noite de 30 de junho de 1934, que ficou conhecida como a Noite das Facas Longas, Hitler fez sua jogada. Na aldeia de Bad Wiesse, a SS invadiu o hotel onde Röhm e seus amigos estavam passando o fim de semana. Membros da SA foram arrancados de suas camas e executados imediatamente. Todos, exceto Röhm, que foi preso pelo próprio Hitler e levado a Munique, onde recebeu um revólver para que se matasse, evitando que tivessem de executá-lo.
Röhm não aceitou, declarando que se Adolf o quisesse morto, o próprio teria que cometer a ação. Como Hitler não conseguiu matar o seu velho amigo, enviou um lacaio para que atirasse à queima-roupa no estômago de Röhm.
Entre 30 de junho - 1 de julho de 1934, Hitler aproveitou a oportunidade para assassinar qualquer um de quem ele não gostava, ou o contrariara, ou olhara para ele de forma atravessada. Pelo menos 200 pessoas foram mortas, embora alguns historiadores estimem que cerca de 1.000 podem ter perdido as vidas durante o expurgo de Hitler.
fonte: https://medium.com/@kathycopelandpadden/the-night-of-the-long-knives-288a4f21d71b